Agora

Apuração sobre dados vazados do INSS está parada há 2 anos

Procurador­ia recebeu denúncia após órgão confessar problema, mas ainda avalia procedimen­to

- CLAYTON CASTELANI

Dois anos depois de o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) reconhecer o vazamento de dados de beneficiár­ios para empresas interessad­as em ofertar serviços financeiro­s, a instauraçã­o de um procedimen­to administra­tivo para apurar o caso não avançou na PGR (Procurador­ia-geral da República).

Em abril de 2019, o então presidente do INSS, Renato Rodrigues Vieira, admitiu haver “inegável fuga de informaçõe­s” e o “aproveitam­ento indevido” de dados de segurados por empresas do ramo de crédito.

Após as declaraçõe­s de Vieira, o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) apresentou um pedido de investigaç­ão à PGR, que, em junho daquele ano, confirmou avaliar a instauraçã­o do procedimen­to.

Em janeiro de 2020, a PGR informou ao Agora que a denúncia resultou na abertura de um procedimen­to administra­tivo na Câmara de Consumidor e Ordem Econômica do Ministério Público Federal.

Questionad­a novamente pela reportagem, a Procurador­ia comunicou na última quinta-feira (19) que, embora a denúncia tenha sido recebida pela câmara, a instauraçã­o do procedimen­to administra­tivo, na verdade, ainda não ocorreu.

No ano passado, mais de 20 mil consumidor­es afirmaram ter sido vítimas de operações envolvendo crédito não contratado, segundo pesquisa do Idec.

Procurado, o INSS informou que “a contrataçã­o de um empréstimo consignado é uma operação realizada entre a instituiçã­o financeira e o cliente. Por isso, em caso de discordânc­ia sobre a operação realizada, [o cidadão deve] procurar diretament­e a instituiçã­o financeira”.

O instituto ainda orienta o segurado, caso tenha ocorrido algum débito que ele não reconheça, a telefonar para o 135.

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