Paraolimpíadas começam COMPARAÇÃO | com recados sobre inclusão
Japão recebe 4.400 atletas de 22 modalidades; evento terá restrições pela Covid
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Com os mesmos protocolos de segurança sanitária das Olimpíadas, os Jogos Paraolímpicos de Tóquio-2020 serão abertos nesta terça (24), na capital japonesa. A cerimônia de abertura está marcada para as 8h (de Brasília) e terá transmissão do Sportv. A Globo apresentará um compacto às 11h30.
Presente no estádio, o imperador Naruhito, 61, deve oficializar o início das competições que irão envolver cerca de 4.400 atletas em 22 modalidades. A cerimônia, restrita a poucos convidados, também terá a presença do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, que se ausentou da abertura dos Jogos no Rio-2016.
“Com os Jogos Olímpicos, o Japão mostrou ao mundo que um grande evento esportivo global pode ser realizado com segurança, dando um impulso moral muito necessário”, afirmou o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional).
Os Jogos Paraolímpicos, assim como as Olimpíadas de Tóquio, foram adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. A decisão de realizá-los em 2021 veio acompanhada de um protocolo de segurança sanitária que funcionou bem durante os Jogos Olímpicos.
No entanto, como resultado do aumento contínuo de casos no Japão desde o fim de junho, não haverá público em nenhuma arena de competição. Nas Olimpíadas, algumas provas, realizadas fora de Tóquio, tiveram liberação de torcida. Com a expansão do estado de emergência na capital japonesa, todo o período dos Jogos Paraolímpicos, que vão até 5 de setembro, terá restrições mais severas.
O IPC pediu a todos os participantes dos Jogos que sigam estritamente os manuais de segurança sanitária. O temor é que uma contaminação possa ser mais severa ao atleta, dependendo do seu grau de deficiência ou alguma comorbidade.
Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro, 100% da delegação do país está vacinada. De acordo com o IPC, entre 88% e 90% dos competidores que participam das Paraolimpíadas também já foram imunizados.
Para Parsons, os Jogos servem para chamar a atenção do planeta para as pessoas com deficiência. “Elas foram afetadas de forma desproporcional pela pandemia em todo o mundo. Diferentes sociedades falharam em protegê-las. Acreditamos que as pessoas com deficiência foram deixadas para trás. É por isso que esses Jogos não são apenas importantes, mas são necessários”, destacou.
No embalo do início das Paraolimpíadas, o IPC, junto com outras organizações, lançou a campanha Wethe15, para lembrar que existem 1,2 bilhão de pessoas com algum tipo de deficiência no planeta, o que representa cerca de 15% da população mundial.
“Wethe15 aspira ser o maior movimento de direitos humanos para pessoas com deficiência e visa colocar a deficiência no centro da agenda de inclusão, ao lado da etnia, gênero e orientação sexual. Ao unir várias organizações internacionais e 1,2 bilhão de pessoas com deficiência em todo o mundo em um movimento comum, faremos uma diferença tangível e devida para o maior grupo marginalizado do planeta”, afirmou Parsons.
As Paraolimpíadas contam com 135 comitês nacionais, incluindo o Comitê Paraolímpico Russo. Como aconteceu nos Jogos do Rio2016, haverá um time de refugiados, com seis atletas vindos de Síria, Afeganistão, Irã e Burundi. O nadador Abbas Karimi, que conseguiu asilo político nos Estados Unidos, é o único atleta de origem afegã nos Jogos. Butão, Guiana e Paraguai irão estrear no evento.
O Brasil terá delegação de 259 atletas, a maior já enviada para uma Jogos Paraolímpicos no exterior. Na Rio2016, o time foi composto por 286 competidores.
Os anfitriões tentarão voltar ao lugar mais alto do pódio e dar visibilidade ao esporte paraolímpico. “Espero que muitas crianças no Japão, independentemente de terem ou não deficiência, possam sentir as infinitas possibilidades da humanidade assistindo aos esportes paraolímpicos”, disse o mesa-tenista cadeirante Shingo Kunieda. (Folha)