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Lorde foi à praia para fazer novo disco, ‘Solar Power’

Menos sombrio, terceiro álbum da cantora teve como inspiração um verão em sua terra natal, Nova Zelândia, país pouco impactado pela pandemia de Covid-19

- LUCAS BRÊDA

“Meu sangue está queimando há muitos verões. É hora de dar uma acalmada, independen­temente de onde isso leve”, Lorde canta em “Stoned at the Nail Salon”, faixa de seu aguardado terceiro disco, “Solar Power”.

Aos 24 anos, a cantora neozelande­sa que despontou ainda adolescent­e, em 2013, cantando sobre a rotina entediante de uma garota numa cidade pequena, agora deixa o clima soturno para relaxar e abraçar natureza. A inspiração, ela diz, é o verão da Nova Zelândia. Pela boa condução da pandemia no país, o último ano de Lorde não foi de isolamento completo. “Não foi muito diferente para mim. Passei muito tempo em casa, com amigos e família, mas muito tempo fora e muito mais ligada à natureza do que antes.”

“Solar Power” é uma virada em sua carreira. “Pure Heroine”, disco com o qual ela ficou mundialmen­te conhecida, especialme­nte pelo hit “Royals”, era essencialm­ente pop, com influência de batidas eletrônica­s e de hip-hop.

“Melodrama”, de 2017, mantinha certa estranheza do antecessor, agora com letras mais bem resolvidas e um pé na pista de dança. O jeito sussurrado de cantar e as produções pouco convencion­ais abriram caminho na indústria para uma série de cantoras jovens, como Billie Eilish e Olivia Rodrigo.

O novo disco é um marco de maturidade na carreira de Lorde, que foi alçada muito cedo ao posto de estrela do pop e agora saiu das redes sociais e foi à praia em busca de conforto e anonimato. Para manter o contato com os fãs, ela enviou emails contando o que estava vivendo nos últimos anos.

E se esta é a fase hippie de Lorde, ela tem raízes nos hippies originais. Sua bio no Instagram é uma frase de Joan Didion em “Rastejando até Belém”, sobre hippes de Los Angeles dos anos 1960. A faixa-título tem uma ligação direta com outra cena libertina de música: a inglesa do início dos anos 1990.

“Solar Power” tem uma sequência de acordes que remetem a “Loaded”, hit de 1991 do Primal Scream. O vocalista, Bobby Gillespie, deu permissão a Lorde —que diz que não conhecia “Loaded” quando fez “Solar Power”— para seguir com sua música. “Isso foi bem doido. Nunca tinha acontecido comigo. Mas por alguma razão, fui escolhida para carregar essa tocha para uma nova geração. E sou muito feliz que o Bobby e o Primal Scream foram compreensi­vos. É uma conexão espiritual. Amei. O universo é estranho.” (Folha)

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Eduardo Munoz/reuters A cantora Lorde, , 24 anos, na primeira apresentaç­ão ao vivo do disco ‘Solar Power’, na última sexta (20), em Nova York

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