Agora

Mudanças em cima da hora são marcas do canal

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com a realidade, mas nenhum deles tem o talento do Silvio.”

sobrinho de Silvio Santos e expresiden­te do Grupo Silvio Santos, Guilherme Stoliar vai na mesma direção. “O SBT é o xodó do Silvio. E a maior estrela do canal é o próprio dono. Eu vejo uma dependênci­a muito grande. Os dois se confundem, você não sabe o que é um e outro. Quando ele nos deixar, será bem difícil. Nunca se falou no Grupo Silvio Santos no pós-silvio Santos. Nunca foi assunto de reunião. Um dia isso vai acontecer, porque ninguém é eterno. E, quando acontecer, o grupo vai tomar as providênci­as.”

Política

Silvio Santos sempre flertou com a política, tentando, inclusive, ser candidato à Presidênci­a da República em 1989. E não poderia ser diferente no SBT: a emissora esteve diversas vezes associada aos governos que passaram pelo país. Durante a gestão de João Figueiredo, na ditadura, o canal passou a exibir “A Semana do Presidente”, um programa que servia para que o governo divulgasse seus feitos. E esse palanque político segue até os dias de hoje, com Jair Bolsonaro (sem partido).

O relacionam­ento próximo que o SBT mantém com o governo pode ser um fator importante para o futuro. A emissora abre espaço frequente para que Bolsonaro fale de suas ideias e seus feitos —em junho, foram três aparições do presidente.

Atualmente o SBT é uma das emissoras privilegia­das na distribuiç­ão de verbas de publicidad­e, conforme mostra relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) de novembro.

Gol do SBT

Com a produção parada durante a pandemia, o SBT foi um do canais que mais usaram reprises. Na intenção de inovar, decidiu se voltar para o esporte e comprou os direitos de transmissã­o de campeonato­s como a Copa América, a Liga Europa, a Libertador­es da América e a Liga dos Campeões.

Muitos podem não se lembrar, mas o SBT já marcou golaços em transmissõ­es, com cobertura de Copas do Mundo e campeonato­s nacionais. Como fazer essa paixão nacional ser associada novamente ao SBT? “O hábito e a conexão vêm muito rápido, porque o consumidor hoje circula pelos canais em que o time dele joga, independen­temente de plataforma”, diz João Palomino, comunicado­r esportivo, ex-vice presidente de jornalismo da ESPN Brasil ex-repórter do SBT.

Fato é que, nos últimos anos, a emissora buscou como campanha de marketing uma aproximaçã­o do público pelo afeto. O slogan “a emissora da família” faz sentido com os resultados de audiência do SBT, que, segundo uma pesquisa do Ibope em 2019, mostra que o canal é assistido de forma equilibrad­a por públicos de todas as faixas etárias. (UOL)

No SBT, o programa que estreia hoje pode não estar no ar amanhã, ou na semana que vem, e, quem sabe, pode mudar de apresentad­or, cenário e tema.

O telespecta­dor do canal está acostumado a ver Silvio Santos “brincar com o controle remoto”, e essa é uma das marcas históricas que a emissora carrega.

São vários os programas que tiveram vida curta no SBT, sendo que muitos deles passaram por todas as faixas de horário da programaçã­o. Charme, de Adriane Galisteu, por exemplo, foi exibido à tarde, à noite e até de madrugada, antes de sair definitiva­mente do ar.

Nilton Travesso, diretor do Charme, se lembra que, no auge do descontent­amento, Galisteu entrou no palco de pijama. Ela começou a brigar com o Silvio, dizendo que não era aquilo que ela queria. Silvio bateu na tecla que era um programa de que ele precisava na programaçã­o e que ela, como profission­al, estava ganhando o suficiente para fazer o programa que ele gostaria.

Até mesmo quem possui ligação familiar com Silvio Santos está sujeito a mudanças de última hora. Silvia Abravanel, por exemplo, aprendeu tudo o que sabe de TV com o pai. Uma das primeiras experiênci­as em frente às câmeras, como apresentad­ora, foi no Programa Cor de Rosa, que durou apenas três meses em 2004.

Mas não foi só mudando a programaçã­o em cima da hora que Silvio Santos garantiu o sucesso do SBT ao longo de quatro décadas. Ele sempre esteve atento às novidades e nunca teve medo de arriscar. Foi com essa ousadia que ele furou o olho da TV Globo e lançou o primeiro reality show da TV brasileira, o Casa dos Artistas.

Sem nenhum aviso prévio, o programa entrou no ar justamente quando a emissora carioca se preparava para lançar o até então inédito Big Brother Brother Brasil. O SBT perdeu um processo judicial por plágio, mas, ainda que não pudesse mais refazer o Casa do jeitinho que o público conheceu, deixou sua marca. (UOL)

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Moacyr Santos/sbt Imagem aérea da Casa dos Artistas, reality exibido em 2001 e um dos maiores sucessos do SBT; à dir., Silvio com o assistente de palco Roque
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César Rodrigues/folhapress

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