Passaporte pode incentivar a vacinação, dizem médicos
O polêmico passaporte de vacina contra Covid-19, que a cidade de São Paulo planeja tornar obrigatório a partir do próximo dia 30 para permitir a entrada em eventos como feiras e jogos, e opcional em bares, restaurantes e shoppings centers, é importante para pressionar as pessoas a se imunizarem, dizem especialistas ouvidos pelo Agora.
Mas os médicos alertam que a medida só ajudará no combate ao vírus se a imunização for completa. Ou seja, é preciso exigir as duas doses ou a dose única da vacina da Janssen.
O infectologista Alexandre Naime, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu (238 km de SP), vê que a decisão pode ter um ponto positivo, se considerada a possibilidade de aumentar o número de vacinados na capital paulista.
“Se for incentivar a vacinação ou estimular as pessoas até dando desconto em lojas, por exemplo, é bom”, afirma o médico.
Mônica Levi, diretora da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), tem opinião semelhante. “É uma medida que deu certo na França, onde jovens que não estavam imunizados foram atrás da vacina para poder ir a baladas. Pessoas que não querem aderir à vacinação, seja lá qual for o motivo, têm que ter seus direitos tolhidos porque elas colocam outras pessoas em risco”, diz a diretora da SBIM.
Ambos, porém, dizem que a medida não ajudará no controle da pandemia. (AA)