Agora

Paraolimpí­adas alçam voo em abertura com metáfora aérea

Mensagens de inclusão e diversidad­e marcam cerimônia de início dos Jogos de Tóquio-2020

- DANIEL E. DE CASTRO

Primeira cidade a sediar as Paraolimpí­adas pela segunda vez, Tóquio abriu a edição de 2020, com um ano de atraso provocado pela pandemia da Covid, nesta terça (24). Após receber a edição de 1964, a capital japonesa recepciona agora um evento muito maior (4.403 atletas em 22 esportes) e consolidad­o, que aproveita sua visibilida­de para passar mensagens sobre inclusão e diversidad­e por meio do esporte.

O mote da cerimônia, “nós temos asas”, foi materializ­ado em diversos momentos dela, com alusões ao vento, voos, aeroporto e aeronaves. O clima festivo lembrou o do encerramen­to das Olimpíadas, que teve uma abertura mais solene, pelas referência­s à Covid.

A pira paraolímpi­ca foi acesa simultanea­mente por três atletas: Yui Kamiji (tênis), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofil­ismo). Eles subiram a rampa que levava ao grande símbolo dos Jogos em suas cadeiras de rodas.

No segmento artístico, o evento de quase três horas contou a história de um avião com apenas uma asa, desacredit­ado da sua capacidade de voar por isso.

Após ter contato com aeronaves variadas (interpreta­das por pessoas com diferentes tipos de deficiênci­a), cada uma com suas particular­idades, e iluminado pelas luzes de um caminhão extravagan­te ao som de rock, o pequeno avião ganhou confiança, coragem e apoio para enfim conquistar osares, no ápice da cerimônia.

Sim, ele também poderia voar, numa metáfora da capacidade de inspiração dos atletas paraolímpi­cos pelas suas performanc­es esportivas e que reforçou os recados que os Jogos buscam passar. A “monoasa” foi interpreta­da em cadeira de rodas por Yui Wago, 13, na sua primeira experiênci­a cênica.

A delegação do Brasil foi a 119ª (pela ordem alfabética japonesa) e contou com quatro membros: os porta-bandeiras medalhista­s de ouro em 2016 Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha), a técnica da bocha e estafe de Evelyn, Ana Carolina Alves, e o diretor técnico do CPB (Comitê Paralímpic­o Brasileiro), Alberto Martins. O número reduzido se deu para evitar uma exposição maior ao coronavíru­s.

A bandeira do Afeganistã­o foi a quinta a entrar, carregada por um voluntário como gesto de solidaried­ade, já que o país não participar­á dos Jogos. Inicialmen­te, haveria dois representa­ntes afegãos: Zakia Khudadadi (taekwondo) e Hossain Rasouli (atletismo). Com a tomada do poder pelo Talibã, os atletas não tiveram como viajar. (Folha)

 ?? Cheong Kam Ka/xinhua ?? Os atletas japoneses Yui Kamiji (tênis), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofil­ismo) acenderam a pira paraolímpi­ca no Estádio Olímpico
Cheong Kam Ka/xinhua Os atletas japoneses Yui Kamiji (tênis), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofil­ismo) acenderam a pira paraolímpi­ca no Estádio Olímpico

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