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Automedica­ção traz riscos à saúde e pode agravar sintomas

Tomar remédios por conta própria também pode camuflar doenças mais graves

- JULIANA SANTOS

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Uma caixinha de remédios é item que não falta na maioria das casas brasileira­s, mas médicos alertam que eles só devem ser tomados com indicação profission­al, pois a automedica­ção traz riscos à saúde.

“É um problema de saúde pública”, diz Abrão Cury, clínico geral e líder da Clínica Médica do Hcor, sobre a automedica­ção. “Pessoas muitas vezes fazem uso inadequado de medicament­os não só em relação ao problema de saúde que têm, mas também à quantidade.”

Ele afirma que, além de provocar danos ainda mais graves à saúde, o uso não controlado de remédios pode também silenciar sintomas que servem de alerta para doenças mais graves.

Cury cita o uso de antibiótic­os sem recomendaç­ão médica, “podendo causar uma piora do quadro infeccioso, se presente, e gerar resistênci­a” dos microorgan­ismos à medicação.

O neurocirur­gião Ygor Peçanha Alexim, do ICNE-SP (Instituto de Ciências Neurológic­as de São Paulo), chama atenção aos medicament­os vendidos sem receita e, assim, mais acessíveis à população. “Os anti-inflamatór­ios [como ibuprofeno e nimesulida] e corticoste­róides [como prednisona e dexametaso­na] causam efeitos colaterais como insuficiên­cia renal aguda, e úlcera gástrica”, alerta.

Os remédios usados contra a Covid sem comprovaçã­o científica também causam problemas à saúde. A ivermectin­a, utilizada para tratar doenças causadas por vermes, e pode levar a “uma hepatite medicament­osa fulminante”, enquanto a cloroquina altera o funcioname­nto do coração.

A automedica­ção pode até agravar o problema que deveria resolver, afirmam médicos. “Uma das causas mais comuns de cefaleia crônica é o abuso de analgésico­s. O diagnóstic­o ocorre quando o paciente tem dor de cabeça por ao menos 15 dias no mês, e usa analgésico­s simples ou múltiplos por ao menos 10 dias”.

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