Beth Gomes se consagra com bi e recorde
Com recorde mundial, Elizabeth Rodrigues Gomes, 56, conquistou o ouro no lançamento do disco classes F51/52/53 (atletas que competem sentados por comprometimento dos membros inferiores). Ela obteve a marca de 17,62 m para ganhar a prova.
“Parece que estou vivendo um sonho que se tornou realidade. Foram cinco anos esperando por esse grande feito, quando fiquei fora das Paralimpíadas do Rio por uma reclassificação funcional. Eu e minha treinadora Roseane Faria viemos galgando a cada treino, a cada suor derramado”, afirmou Beth, emocionada, em entrevista ao Sportv.
Logo no primeiro lançamento, Beth já havia assumido a liderança da prova, com 15,68 m, e batido o recorde dos Jogos Paralímpicos. Ela melhorou a marca em seguida, com 16,35 m. Ainda quebraria o próprio recorde mundial duas vezes, com 17,33 m e 17,62 m.
Para se ter uma ideia do domínio, a medalhista de prata, a ucraniana Iana Lebiedeva, lançou o disco mais de dois metros atrás de Beth: 15,48 m. O bronze foi para outra ucraniana, Zoia Ovsii, com 14,37 m.
Conhecida como “Fênix” (a ave que ressurge das cinzas), apelido que ganhou de um dos seus treinadores por sempre conseguir se reinventar nas competições, Beth é a atleta mais velha da delegação brasileira.
Em 2019, ela já havia conquistado o ouro no lançamento do disco classe F53 no Parapan de Lima. No Mundial de Dubai, nos Emirados Árabes, no mesmo ano, ficou com o ouro, estabelecendo novo recorde mundial (16,89 m). Em 2021, superou a própria marca ao fazer 16,92 m.
Ela, que é natural de Santos, também já participou das Paralimpíadas no basquete em cadeira de rodas em Pequim-2008.
Em 2017, a atleta foi internada às pressas por causa de um surto de esclerose múltipla, doença autoimune que afeta o cérebro e a medula, descoberta por ela em 1993.
Após triunfar em Tóquio, ela lembrou que seu título veio em uma data especial. “Nada melhor do que hoje, dia 30 de agosto, Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. Quero dedicar o ouro a todas as pessoas que têm esclerose múltipla. Têm, não. Ela é nossa amiga. Anda do nosso lado”, afirmou. (Folha)
Seleção brasileira