Esquerda usa Lula, mas evita paralelo com atos bolsonaristas
Organização de protesto contra Bolsonaro diz que não entrará em disputa de tamanho de público
Organizadores do ato contra Jair Bolsonaro no dia 7 de Setembro no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, se dividem sobre a eventual presença do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e já ensaiam o discurso sobre a possibilidade de público menor do que o do ato bolsonarista na mesma data na avenida Paulista.
Nesta terça-feira (31), além dos aspectos políticos do movimento e de seus efeitos para a esquerda, questões técnicas, como regras impostas pela Prefeitura de São Paulo para o uso do Anhangabaú, também foram discutidas pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro.
O fórum de partidos, movimentos sociais e centrais sindicais que fazem oposição ao governo esteve à frente de outras quatro mobilizações desde março.
Setores da campanha, que é formada majoritariamente por forças de esquerda, aumentaram a pressão sobre Lula para que ele compareça ao ato, mas a ideia também conta com oposição interna, sob o argumento de que a presença daria caráter eleitoral ao ato e serviria de munição a ataques governistas.
A assessoria do petista disse que ele não participará. Pessoas próximas, no entanto, estimularam a ida dele ao local. Movimento semelhante ocorreu em junho, e na época o pré-candidato ao Planalto em 2022 optou por não se juntar fisicamente à mobilização, embora tenha incentivado apoiadores a irem.
Bolsonaro afirmou que estará com seus apoiadores na avenida Paulista e fará um discurso.
A eventual participação de Lula é considerada um chamariz que poderia engrossar a presença de manifestantes. Grupos ligados à organização que estão mais ao centro do espectro político ou não endossam a pré-campanha de Lula à Presidência, contudo, demonstraram resistência à ideia. (Folha)