Sob o signo de Vênus
Ciência. Descoberta. Encantamento. Em São Paulo, chega a notícia.
Vai reabrir o planetário do Ibirapuera.
Sessões gratuitas trazem os astros para a cidade poluída. João Lívio estava animado. —Legal, bro.
O programa prometia ser interessante.
—A gente chega no parque tranquilo…
A namorada se chamava Tetê e ouvia atentamente. —Acende um baseado…
—Hã, hahn.
—E entra no planetário doidão.
Tetê suspirou.
—Você é tão lindo, João Lívio…
—Haha, é a influência de Vênus…
O planeta do amor.
—Não, são seus olhos...tão azuis…
Na verdade, a maconha trazia tons de vermelho à íris do rapaz.
—Você devia parar de usar óculos escuros, amor.
—Você acha?
—Ainda mais com a máscara… não consigo ver teu rosto. João Lívio foi filosófico. —Muitos astros que enfeitam o céu.
Nasciam perguntas. Dúvidas. Curiosidades.
—O que é aquela estrelinha vermelha ali?
—É Marte, Tetê.
—Mas com chifrinhos? Crescendo assim tão depressa?
—Olha… ali tem outra. E mais uma…
O casal visualizava milhões de vírus.
O teste deu positivo.
O amor move o céu e as outras estrelas.