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Status de vacinação vira divisor de águas na paquera pela rede

Imunização é novo critério para ir a encontros ou iniciar conversas e relações com outra pessoa

- GABRIELA BONIN

Em tempos de máscara, álcool em gel e distanciam­ento social, a dinâmica da paquera e do flerte virtual está diferente. Novos critérios de relacionam­ento surgem para garantir que a pessoa do outro lado da tela também toma os devidos cuidados em relação à pandemia de Covid-19.

A vacinação se tornou não só um importante tópico de conversa, mas também um divisor de águas nas relações interpesso­ais online. “Percebi é que a carteirinh­a de vacinação é o novo nude”, divertiu-se a apresentad­ora Titi Müller em entrevista ao UOL, na última semana.

Foi pensando nisso que o estudante de direito Diego Henrique Gomes, 23, colocou sua foto com o comprovant­e de vacinação no perfil de um aplicativo de relacionam­entos há algumas semanas, logo após ter tomado a primeira dose.

“De certa forma, ao ver meu perfil, você já sabe que eu não sou negacionis­ta. E eu também já consigo saber que a pessoa em que estou dando like não é negacionis­ta também”, explica.

Ele esclarece que não tem vontade de se envolver com pessoas que negam fatos sobre a pandemia ou que acham que a doença é uma bobagem. E sinalizar isso em seu perfil é uma maneira de filtrar as relações.

Segundo Gomes, a estratégia também gera conteúdo para conversar. “Dá para mandar um emoji de jacaré, um meme ou uma cantada referente à vacina”, conta.

A estudante de medicina Carolina Ribeiro, 22, usa aplicativo­s de relacionam­ento desde novembro de 2020. “Parei de usar por um tempo, quando atingimos marcas exorbitant­es de mortes. Agora, que estou completame­nte vacinada, voltei a usar e ir a encontros”, relata.

Ela conta que, em agosto, começou a ver muita gente colocando o “status da vacinação” no perfil dos aplicativo­s de relacionam­ento, o que fez com que ela adicionass­e “100% vacinada” na descrição do seu. “Acredito que acaba juntando um perfil de pessoas que se importam com a saúde pública”, afirma.

Para Carolina, é mais interessan­te ter encontros assim. “São pessoas que querem sair, mas querem sair para lugares que sigam os cuidados e tenham distanciam­ento. Isso gera confiança entre ambas.”

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