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Contra-ataque a golpe com Pix tem 2º celular e botão do pânico

- RANIER BRAGON

BRASÍLIA Ao menos em São Paulo, explodiu o número de ações violentas de criminosos envolvendo o Pix. As vítimas, geralmente mantidas sob a mira de um revólver ou outra grave ameaça, são obrigadas a transferir dinheiro para as quadrilhas via Pix, usando para isso os aplicativo­s de banco instalados em seus aparelhos celulares.

Apesar de essa ser uma questão, primordial­mente, de segurança pública, o Banco Central anunciou no dia 27 a adoção de medidas de restrição ao Pix, atendendo a um pleito dos bancos.

Entre outras medidas, estabelece­u-se teto de transferên­cia de R$ 1.000 das 20h às 6h para operações em canais digitais com Pix e TED.

A reportagem procurou nos últimos dias especialis­tas em cibersegur­ança, os cinco maiores bancos do país, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e o Banco Central, além da Apple e do Google, responsáve­is pelos sistemas operaciona­is IOS e Android. Foram avaliadas propostas de alterações e inovações tecnológic­as, seja nos aplicativo­s dos bancos, seja nos sistemas operaciona­is dos celulares, além de algumas dicas aos usuários que não envolvem mudança nos softwares.

Quando a questão se resume à tecnologia, ficou claro haver um dilema: trata-se da busca por equilíbrio entre tornar agradável e simples a experiênci­a do cliente e do usuário de aparelhos celular —em um ambiente de acirrada competição comercial em que a facilidade de uso conta muitos pontos— e a busca pelo maior nível de segurança. Em regra, mais segurança representa mais burocracia para os usuários e, em alguns casos, até alguns passos atrás no avanço tecnológic­o.

“Tenho 30 anos de varejo, posso dizer que nunca tem uma bala de prata. A gente está falando de um produto [o Pix] que tem quase 900 milhões de transações por mês”, afirma o diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, Leandro Vilain.

Para ele, em uma situação em que um criminoso está com a arma apontada para a barriga da vítima, as questões tecnológic­as têm pouco efeito, argumento que é corroborad­o por parte dos especialis­tas ouvidos.

O diretor da Febraban diz que é preciso esperar o efeito das medidas anunciadas pelo BC, que vão na linha das que reduziram considerav­elmente os sequestros-relâmpago em que as vítimas eram levadas para saques em caixas eletrônico­s. (Folha)

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