Guerra contra o Fla
Clubes correm com ação para derrubar liminar que libera público nos jogos do Rubro-negro
Os clubes se movimentam para formalizar até esta sexta (10) o pedido no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para derrubar a liminar que dá ao Flamengo o direito de ter público nos estádios em jogos como mandante. A ação conjunta combinada na reunião de quinta (8), junto à CBF, vai bater na tecla de que houve uma decisão em colegiado do conselho técnico da Série A, formado pelos clubes, contrária à presença de público enquanto todas as cidades que acolhem o calendário não derem aval para isso.
A argumentação sublinhará que a CBF, tem, sim, uma parcela de autonomia para deliberar sobre o assunto do público.
Na visão dos clubes, a prerrogativa das autoridades para liberar a presença de torcida —como citada na liminar concedida pelo presidente do tribunal, argumento reforçado pelo Fla— corre em paralelo.
Os clubes querem que o processo ande rápido no STJD, até pela proximidade ao jogo do Flamengo contra o Grêmio, pela Copa do Brasil. O presidente gremista, Romildo Bolzan, disse no encontro com os pares que não vai colocar o time em campo se a partida tiver público. A reunião teve um tom duro em relação ao Flamengo. Houve uma convergência entre os outros representantes nas críticas ao ausente rubro-negro.
Diante do cenário, Mário
Bittencourt, presidente do Fluminense, chegou a citar uma situação hipotética relacionada à tentativa de formação da liga dos clubes — uma decisão seria tomada em colegiado e mesmo assim haveria o risco de que um clube contrariado recorresse à Justiça para mudá-la. A citação mostra como anda estremecido o debate em relação à formação de um bloco de clubes.
Ainda durante a reunião, os dirigentes debateram como o Flamengo poderia ser punido se passasse por cima do combinado entre os clubes. Mas os cartolas não encontraram um meio viável para definir a questão no ambiente de discussão.
O presidente do Palmeiras, Mauricio Galliote, pressionou a CBF, dizendo que a entidade não poderia aceitar que o rival coloque público nos jogos sem a aprovação dos demais clubes.
Alguns dirigentes se dispuseram a falar diretamente com Rodolfo Landim sobre o assunto, na tentativa de demovê-lo da ideia de ter torcida nas partidas.
A decisão de não ir a campo, caso o Flamengo use a liminar, foi a última medida acertada entre os clubes. A visão deles é que essa é uma medida extrema para frear a iniciativa rubro-negra, caso a empreitada no STJD não dê certo. Mas o recado da CBF é que a suspensão da rodada, administrativamente, pode não ser tão simples.
A entidade disse que “irá analisar juridicamente a questão, uma vez que interfere na esfera de direito de terceiros adquirentes de propriedades comerciais da competição”. (UOL)