Educação e inclusão
Nova temporada da série ‘Segunda Chamada’ estreia hoje no Globoplay; professora vivida por Debora Bloch tenta levar pessoas da rua para a escola
Em sua primeira temporada, “Segunda Chamada”, série que estreou na Globo em 2019, mostrou os dramas do ensino público para adultos excluídos. Agora, em sua segunda leva de episódios —que estreia hoje no Globoplay—, a produção vai além para retratar uma realidade ainda mais dura: a das pessoas em situação de rua.
Com o aumento da evasão escolar e o baixo número de matrículas, o curso para jovens e adultos (EJA) do período noturno está ameaçado na fictícia escola estadual Carolina Maria de Jesus. Para driblar a situação, a professora Lúcia, vivida pela atriz Debora Bloch, se empenha em buscar novos alunos e vai trazer para a sala de aula pessoas que não têm onde morar e vivem sob viadutos e pontes de São Paulo.
“A escola ganha uma camada a mais agora: é um lugar de resgate da cidadania. Muitos desses personagens chegam à escola e não têm um documento, uma identidade, uma certidão de nascimento, não sabem nem que têm o direito de estar ali”, afirma Carla Faour, autora e criadora da série ao lado de Julia Spadaccini, em conversa virtual com jornalistas na quarta-feira (8).
Para Debora, a série cumpre um papel social ao dar protagonismo para uma população que não é vista pela sociedade. “São pessoas que a gente passa e nem olha para elas. Trazer essas personagens para a frente da câmera é humanizá-las.”
Assim como na primeira temporada, a professora Lúcia interpretada pela atriz vai além do seu papel dentro de sala de aula e se envolve com os problemas desses alunos, especialmente com os de Hélio, vivido por Ângelo Antônio, com quem ela tem um encontro especial.
O ator destaca a importância e o privilégio de poder dar voz a um personagem que, na vida real, é tratado como se fosse invisível. No caso de Hélio, ele enfrenta também o alcoolismo —”na rua, a bebida acaba sendo uma parceira”, diz o ator.
Para Ângelo Antônio, também é interessante abordar os sonhos e a vida que o seu personagem e os outros tinham antes de acabar na rua. “O Hélio era um cara que tinha uma família, uma filha, uma vontade de se formar. Mas, pelas circunstâncias da vida, ele se encontra em um momento de desesperança, de caos total.”
A escola Carolina Maria de Jesus surge como uma oportunidade de salvação, ainda que, como pontua a autora Julia Spadaccini, o caminho não seja simples. “Esse grupo [de pessoas em situação de rua] enfrenta resistência por parte da direção, de outros professores e dos próprios alunos”, salienta. “É nesse