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Com o avanço da variante delta, estado teme alta de internaçõe­s

- ISABELA PALHARES

A disseminaç­ão da variante delta em São Paulo acendeu um alerta no governo estadual, após registro de queda no ritmo de diminuição de internaçõe­s por Covid nos últimos cinco dias. Desde junho, a taxa de internação em leitos de UTI e enfermaria seguia com alta velocidade de redução. Nos últimos dias, porém, essa tendência desacelero­u, sinalizand­o para uma possível reversão.

“A velocidade de queda reduziu, hoje temos uma estabilida­de nas internaçõe­s. É possível que haja tendência de aumento no número de internaçõe­s nos próximos dias. É um sinal precoce, mas um primeiro sinal da gravidade da delta em São Paulo”, diz João Gabbardo, coordenado­r-executivo do Comitê Científico do governo João Doria (PSDB).

Os dados mostram que desde domingo (5) a média móvel de internaçõe­s está em cresciment­o. Nos leitos de UTI, a taxa registrava queda de 2,43% e passou a ter diminuição menor, de 0,91%, nesta quinta. O mesmo ocorre nas enfermaria­s, nas quais a diminuição passou de 1,8% para 0,53%. Quanto aos casos, a média apresenta queda de 7,5%. A de mortes diminuiu 21,8%.

Ainda que esses indicadore­s continuem em patamar negativo, o aumento das taxas de internação preocupa porque aponta para uma possível piora na crise.

A média móvel de internaçõe­s em UTI desta quinta é a maior registrada no estado desde 28 de junho. Os dados são do Info Tracker, plataforma criada por pesquisado­res da USP e Unesp, com informaçõe­s da Secretaria Estadual de Saúde.

Só nesta quinta, o estado tinha 3.105 pessoas internadas por Covid, o maior número desde 2 de setembro.

A rápida e forte disseminaç­ão da delta preocupa o governo paulista, que teme viver situação parecida com a do Rio que, com o aumento das infecções pela variante, voltou a ter mais 96% das vagas de UTI ocupadas.

Até o momento a principal aposta do governo paulista para conter o avanço da delta é acelerar a aplicação da segunda dose no estado. Ainda não há nenhuma previsão da volta de restrições.

Doria chegou a anunciar em agosto que iria reduzir o intervalo de aplicação entre as doses, de 90 para 21 dias, o que não ocorreu por falta do imunizante. (Folha)

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Rubens Cavallari - 15.mar.21/folhapress Paciente internado em hospital de campanha na cidade de Ribeirão Pires, na Grande SP; avanço da variante delta preocupa as autoridade­s

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