Com o avanço da variante delta, estado teme alta de internações
A disseminação da variante delta em São Paulo acendeu um alerta no governo estadual, após registro de queda no ritmo de diminuição de internações por Covid nos últimos cinco dias. Desde junho, a taxa de internação em leitos de UTI e enfermaria seguia com alta velocidade de redução. Nos últimos dias, porém, essa tendência desacelerou, sinalizando para uma possível reversão.
“A velocidade de queda reduziu, hoje temos uma estabilidade nas internações. É possível que haja tendência de aumento no número de internações nos próximos dias. É um sinal precoce, mas um primeiro sinal da gravidade da delta em São Paulo”, diz João Gabbardo, coordenador-executivo do Comitê Científico do governo João Doria (PSDB).
Os dados mostram que desde domingo (5) a média móvel de internações está em crescimento. Nos leitos de UTI, a taxa registrava queda de 2,43% e passou a ter diminuição menor, de 0,91%, nesta quinta. O mesmo ocorre nas enfermarias, nas quais a diminuição passou de 1,8% para 0,53%. Quanto aos casos, a média apresenta queda de 7,5%. A de mortes diminuiu 21,8%.
Ainda que esses indicadores continuem em patamar negativo, o aumento das taxas de internação preocupa porque aponta para uma possível piora na crise.
A média móvel de internações em UTI desta quinta é a maior registrada no estado desde 28 de junho. Os dados são do Info Tracker, plataforma criada por pesquisadores da USP e Unesp, com informações da Secretaria Estadual de Saúde.
Só nesta quinta, o estado tinha 3.105 pessoas internadas por Covid, o maior número desde 2 de setembro.
A rápida e forte disseminação da delta preocupa o governo paulista, que teme viver situação parecida com a do Rio que, com o aumento das infecções pela variante, voltou a ter mais 96% das vagas de UTI ocupadas.
Até o momento a principal aposta do governo paulista para conter o avanço da delta é acelerar a aplicação da segunda dose no estado. Ainda não há nenhuma previsão da volta de restrições.
Doria chegou a anunciar em agosto que iria reduzir o intervalo de aplicação entre as doses, de 90 para 21 dias, o que não ocorreu por falta do imunizante. (Folha)