Resgate pela água foi o maior desde a 2ª Guerra
NOVA YORK Vinte anos depois, uma operação de salvamento monumental continua desconhecida pela grande maioria dos americanos. Durante cerca de nove horas, após o colapso das torres, 500 mil pessoas foram resgatadas da ilha em barcos.
Foi o maior êxodo marítimo desde Dunquerque, no norte da França, durante a Segunda Guerra, quando 338 mil soldados aliados foram resgatados sob ameaça do avanço nazista.
A retirada em Dunquerque, no entanto, foi predominantemente executada por barcos comandados por militares. A fuga marítima de Manhattan foi espontânea, envolvendo barcos de pesca, de turismo, da polícia e da guarda costeira sem comando centralizado.
Aquelas nove horas improváveis, quase surreais, formam a narrativa de “Saved at the Seawall: Stories from the September 11 Boat Lift” (salvos no quebra-mar: histórias do êxodo marítimo do 11 de Setembro). Jessica Dulong, autora do livro, é uma historiadora em posição privilegiada para descrever um drama passado nas vias navegáveis que cercam Manhattan.
Ela é marinheira licenciada pela Marinha Mercante e se aposentou como uma rara mulher engenheira de um barco bombeiro da cidade de Nova York. No 11 de Setembro, Dulong ainda não ocupava o posto no John J. Harvey, barco bombeiro fora de serviço, construído na década de 1930, que foi trazido à ativa para bombear água do rio Hudson no combate ao incêndio, já que os hidrantes da área haviam secado.
“Manhattan, apesar de estar cercada de água, cresceu nas últimas décadas com pouca atenção à vida marítima”, afirma. (Folha)