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Vigília em memorial reúne centenas de pessoas

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NOVA YORK Nenhum dia há de apagar você da memória do tempo. A frase, retirada da “Eneida”, do poeta romano Virgílio, é o centro da obra que encerra a visita ao Memorial & Museu Nacional do 11 de Setembro, construído onde 20 anos atrás estavam as Torres Gêmeas, na parte sul de Manhattan, em Nova York.

Kyle, o jovem museólogo de Ohio de 29 anos que conduz o grupo na tarde desta sexta-feira (10), acaba de apresentar o trabalho do artista Tom Joyce, do Novo México, que desenhou 2.983 quadrados em diferentes tons de azul, numa tentativa de recriar a cor do céu daquela manhã de 20 anos atrás, quando o primeiro avião atingiu a primeira torre.

No subterrâne­o que abriga o memorial, as pessoas passaram antes por um caminhão de bombeiros da companhia 3, de Nova York, a primeira a chegar ao local em 2001 —os bombeiros foram o segundo maior grupo de mortos naquele dia, 343 pessoas, atrás apenas dos profission­ais de resgate (412). Há um pedaço do motor que movimentav­a um dos elevadores do subsolo até o 107º andar dos prédios de 546 metros em menos de um minuto.

Vinte metros acima, centenas de pessoas se revezavam, desde a manhã desta sexta, em torno das duas piscinas criadas no formato das bases das torres, nas bordas das quais estão gravados os nomes de todas as 2.977 vítimas do maior atentado terrorista sofrido pelos EUA em sua história.

É uma grande vigília a céu aberto. São familiares, parentes e amigos dos mortos, filhas que trazem recémnasci­dos para “apresentál­os” ao ente querido. (Folha)

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