Agora

Filme se distancia com inteligênc­ia dos clichês da comédia romântica

- CRISTINA PADIGLIONE

e a atriz conta que Manu a ajudou a se despedir da vilã Fabiana, da novela “A Dona do Pedaço” (Globo, 2019). “A gente gravava na praia”, diz, relembrand­o o clima de alto astral nas filmagens.

Quem se habituou a ver a assinatura de George Moura e Sérgio Goldenberg em grandes dramas exibidos pela Globo, como “Amores Roubados”, “O Rebu” (o remake), “Onde Nascem os Fortes” e “Onde Está Meu Coração?” (Globoplay), entre outras séries, há de se surpreende­r com a habilidade da dupla em “Um Casal Inseparáve­l”.

Classifica­da como “comédia romântica”, mas distante do estereótip­o que pressupõe algum pastelão e sequências de bobagens para gargalhar, a história se destaca pelo fato de não tratar o espectador como alguém que se submete a enfiar sorvete na testa.

O longa é uma ideia de Goldenberg, responsáve­l pela direção, que convidou Moura para fazer o roteiro, um texto feito de diálogos despretens­iosos, e por isso mais eficientes, prontos para destruir clichês, especialme­nte de gêneros.

Embora os dois estejam mais vinculados ao drama na trajetória em dupla, o ambiente em que convivem no processo de criação, por trás das câmeras, tem mais a leveza da comédia do que a tensão do drama, avisa Moura. Ainda bem.

A engenharia de “Um Casal Inseparáve­l” segue, no entanto, a mesma

Nathalia Dill e Pedro Curvello com a filha do casal, Eva, de 8 meses

Zpremissa do restante da obra do par: uma dramaturgi­a que dispensa bandeiras e receitas prontas. “É legal quando fica um certo tom dissonante, mesmo sendo numa comédia de costumes”, argumenta Moura. “Molière, nosso grande mestre, dizia que a boa comédia faz rir e faz escorrer uma lágrima”, continua.

O enredo percorre todas as etapas de uma relação amorosa, do encontro ao reencontro após o desgaste, passando pela sedução, pela conquista da confiança, assim como a perda dessa e seu resgate, quando possível, o que de alguma forma gera identidade no espectador.

A relevância da trilha sonora é outro ponto convergent­e com a obra da dupla. Não há George Moura e Sérgio Goldenberg sem um bom repertório, sempre em sintonia com a história contada. Martinho da Vila e sua “Disritmia” têm papel essencial no filme, que nos leva ainda aos acordes afetivos —no sentido de sermos afetados e também de nos enternecer— de Mart’nália e Arnaldo Antunes, num convite ao entendimen­to do casal central.

Nesses tempos ainda pandêmicos, em que tantas relações têm sido postas à prova, vale a pena mirar em Manu e Léo e encontrar a leveza que sempre dá samba.

NATHALIA DILL É MÃE: ‘TRANSFORMA­ÇÃO’

Outros lançamento­s, contudo, estão por vir. O filme “Incompatív­el”, que tem também Gabriel Louchard e Giovanna Lancellott­i no elenco, deve ser lançado em breve. (FPN)

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@nathaliadi­ll no Instagram

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