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Picuinhas antivacina­is

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Ogoverno Jair Bolsonaro, em que pesem as evidências favoráveis à vacinação em massa contra a Covid-19, não descansa em investidas contra o uso do imunizante, das quais participam bajuladore­s de todos os setores do Executivo.

Na visão delirante do presidente, repetida até em seu discurso de abertura da Assembleia-geral da ONU, a exigência de comprovant­es de vacinação em eventos e situações de aglomeraçã­o deve ser tratada como ofensa à liberdade individual, e não como medida sanitária para enfrentar a pandemia.

Tal campanha obscuranti­sta produziu recentemen­te duas portarias ministeria­is. A primeira, do ministro Onyx Lorenzoni, do Trabalho, impede que empresas demitam ou deixem de contratar quem não queira tomar a vacina. A vedação caiu nesta sexta-feira (12) por decisão do ministro Luís Roberto Barroso,

do Supremo Tribunal Federal.

A segunda medida partiu do secretário especial da Cultura, Mario Frias, que decidiu proibir os proponente­s de projetos culturais com recursos viabilizad­os pela Lei Rouanet de adotar o chamado passaporte sanitário (a obrigatori­edade de atestado de vacinação) em eventos.

Quem descumprir a prescrição estará sujeito a multa e perda das verbas. No caso de o município ou o estado exigir o comprovant­e, o evento previsto terá de passar de presencial a virtual —para evitar, segundo a norma, a “discrimina­ção entre vacinados e não vacinados”.

Picuinhas do tipo provavelme­nte terão pouco efeito concreto, dado que a ampla maioria da população brasileira ignorou a estupidez irresponsá­vel do governo e aderiu à vacina. Evidencia-se, de todo modo, que a sabotagem às políticas sanitárias continua em curso.

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