Cresce o número de motoristas autuados em blitze da Lei Seca
Proporção de flagrantes e recusas a testes aumentou duas vezes e meia no início de novembro
O número de motoristas que se recusaram a passar pelo bafômetro ou que foram flagrados após ingerir bebida alcoólica em São Paulo cresceu nos dez primeiros dias de novembro, em comparação com igual intervalo de 2019.
Relaxamento com os cuidados na direção depois da quarentena e a liberação de eventos e baladas com capacidade total desde o dia 1º podem ser algumas das explicações para isso.
Em 2019, de 1º a 10 de novembro, 10.496 motoristas foram abordados em blitze, sendo que 728 se recusaram a passar pelo teste e 12 foram pegos em flagrante por embriaguez. Ou seja, 6,9% acabaram autuados.
Já neste mês, do dia 1º ao dia 10, foram 5.328 abordagens, com 914 recusas ao teste e 14 flagrantes. Em resumo, 17,2% foram autuados —na proporção, cerca de duas vezes e meia o percentual verificado no período anterior à pandemia.
“Pelos números, até parece que, como as pessoas ficaram um ano e pouco em casa, querem sair para ‘compensar’. Não tem como ter certeza, mas pode ter influenciado”, afirma o tenente-coronel Paulo Sérgio Oliveira, que é comandante do policiamento de trânsito.
A blitz instalada na quinta (11) pela PM em um túnel na entrada da avenida Rebouças
(zona oeste) ilustra o que tem acontecido. Os cones foram colocados às 22h e, uma hora depois, o espaço reservado para os carros de motoristas que recusaram o teste ou foram flagrados já estava lotado. Ao menos 20 foram autuados.
Durante as abordagens, a PM tem usado um bastão para fazer uma triagem inicial dos motoristas, como reflexo da pandemia. O condutor sopra a uma distância de cerca de 10 centímetros do aparelho, sem contato físico. Com a luz verde, é liberado. Se der vermelho, tem que encostar o carro e deve passar pelo etilômetro convencional. A recusa custa, por si só, uma multa de R$ 2.934,70. (Folha)