‘Júpiter’ traz descobertas da paternidade tardia
Filme com Rafael Vitti no elenco tem ainda Orã Figueiredo tentando se conectar com filho adolescente; com direção de Marco Abujamra, longa deve estrear em 2022
Com roteiro e direção de Marco Abujamra, o filme “Júpiter” (HBO Max) conta a história de Mario (Orã Figueiredo), um detetive especializado em flagrantes de adultério que descobre que tem um filho adolescente de 17 anos, chamado Júpiter (Rafael Vitti), de uma relação extraconjugal.
No longa, com estreia prevista para janeiro de 2022, Mario sofre um infarto após ser perseguido por um marido adúltero que o flagrou fazendo fotos dele com a amante. Após voltar para casa, o detetive recebe a visita inesperada de um filho que não sabia da existência, é obrigado a cuidar dele e ainda tem que lidar com a ira da mulher Teresa (Guta Stresser), com quem é casado há 25 anos.
Passado o susto da paternidade,
Mario tenta se aproximar do filho tímido e introduzir o adolescente no mundo da investigação, mas o garoto não leva jeito para o ofício do pai. Depois de algumas tentativas frustradas, o detetive descobre que o passatempo de Júpiter é jogar xadrez, no qual ele atingiu o nível de mestre. É exatamente essa habilidade para o jogo que aproxima pai e filho.
Abujamra acrescenta que foi “uma sorte muito grande trabalhar com todos esses atores” do filme. Ele diz que filmar com Rafael Vitti foi um “espetáculo” e que eles fugiram da zona de conforto que o ator estava acostumado. O ator interpreta o papel de um rapaz bonito, mas muito tímido. “Até porque, por questões de idade [Vitti tem 26 anos], ele é muito convidado para fazer [determinados] personagens. Ele é bonito, charmoso, tem aquele jeito muito conquistador.”
Uma curiosidade é que Figueiredo, que vive Mario, não tem filhos. Ele já interpretou outro pai na ficção, Hugo na novela “Totalmente Demais” (Globo), mas diz que não vê similaridade entre os dois personagens a não ser o fato de serem pais. “Por coincidência, estou fazendo um filme em São Paulo que o personagem é um pai. Acho que estou assumindo dentro do audiovisual brasileiro assim um pai, coisa que eu não sou e é o mais interessante que eu não tenho filhos”, diz rindo.
Guta Stresser acha a família do filme contemporânea e normal. Ela diz que conhece famílias parecidas, em que uma mulher com estabilidade profissional vive com um marido que descobre ter um filho. “Estou lembrando agora casos da minha família. Não é fora da curva.”