Cotovelada em Raphinha causa gancho a juízes e duras críticas
Otamendi reage com ironia após agressão a brasileiro, e CBF vai à Fifa pedir punição a argentino
A CBF decidiu fazer uma representação ao Comitê Disciplinar da Fifa para pedir punição ao zagueiro argentino Otamendi, que deu uma cotovelada na boca do atacante brasileiro Raphinha aos 33min do primeiro tempo do empate por 0 a 0 no estádio Bicentenário, em San Juan (ARG).
A ideia é apresentar o caso como agressão, já que o lance teria sido intencional e não relacionado à disputa.
O departamento jurídico da CBF também pretende fazer outra representação, mas na esfera administrativa, para que o árbitro uruguaio Esteban Ostojich, responsável pelo VAR no clássico, não atue mais em partidas da seleção brasileira, em qualquer função.
Nesta quarta-feira (17), a Conmebol anunciou as suspensões de Ostojich e também do árbitro de campo Andrés Cunha. Segundo a entidade, foram “erros graves e manifestos no exercício de suas funções no desenvolvimento da partida”. O gancho, a princípio, é por tempo indeterminado.
Cunha estava escalado para comandar a arbitragem de vídeo em Athletico-pr x Red Bull Bragantino pela final da Copa Sul-americana no sábado (20), em Montevidéu, mas foi substituído por Leodán González.
No lance em questão, Raphinha recebeu a bola pela direita, quase na linha de fundo, e driblou Acuña, mas perdeu a posse para Otamendi. Na tentativa de recuperação, o brasileiro recebeu uma violenta cotovelada na boca dada pelo argentino —sangrou na hora.
Erro e revolta
A jogada foi revisto pela arbitragem de vídeo, mas nada foi marcado. Andrés Cunha tampouco foi chamado para a cabine do VAR.
Na checagem, Ostojich considerou que o golpe foi de “intensidade média” e merecia cartão amarelo. Cunha não viu a existência da cotovelada, assim como seu assistente, Richard Trinidad, e o jogo seguiu.
Segundo a TV Globo, o corte causado pela pancada fez com que o atacante
Raphinha deixasse o estádio com cinco pontos no lábio.
A falta de ação da arbitragem revoltou o técnico Tite.
“O Cunha é um extraordinário árbitro. Mas arbitragem exige uma equipe de trabalho e para quem está no VAR é simplesmente impossível não ver a cotovelada do Otamendi no Raphinha. Quem quer ter isenção na análise ela é muito clara”, comentou o treinador.
“Isso é determinante em resultado de jogo? Não sei (...) Árbitro de alto nível de VAR não pode trabalhar dessa forma, isso é inconcebível. É inconcebível. E digo menos, não é o termo que que queria dizer, estou falando porque sou educado.”
Já Otamendi ironizou o lance nas redes sociais. O canal argentino “TYC Sports” fez uma postagem no Instagram mencionando a jogada e perguntando “nós escapamos [do cartão vermelho] ou não foi nada?”. O zagueiro comentou “todo pelota”, que em tradução livre seria “foi na bola” ou “só na bola”.
O jornal argentino Olé foi mais duro nas críticas ao jogador. “Otamendi se safou do que era para ser um vermelho sem discussão, porque acertou uma cotovelada clara em Raphinha.”
Com o empate em casa, a Argentina selou sua classificação para o Mundial do Qatar em 2022.
Eu considero que aqui, o golpe é com o antebraço no rosto,
com intensidade média. Sim, no rosto. (...) E é fora da área Análise do VAR na jogada