Agora

Casos de gripe sobem no Rio e em São Paulo após flexibiliz­ação

Também existe um aumento no número de casos de outras infecções de causas respiratór­ias

- PATRÍCIA PASQUINI ITALO NOGUEIRA

Já era esperado que a flexibiliz­ação das medidas protetivas contra o coronavíru­s, bem como a volta às aulas de forma presencial, facilitari­am a circulação de outros vírus. A expectativ­a vem se confirmand­o nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, que veem um aumento do número de casos de gripe e de outras infecções respiratór­ias.

Em alguns prontos-socorros da capital paulista foi observada uma alta na procura por conta de viroses respiratór­ias. Os sintomas se assemelham ao de um quadro gripal.

O vírus influenza, causador da gripe, é um dos culpados, mas não o maior. Estão

na lista principalm­ente o sincicial respiratór­io, parainflue­nza, enterovíru­s, rinovírus e bocavírus, de acordo com os especialis­tas.

Dados da Secretaria Municipal da Saúde mostram que, de julho a novembro deste ano, foram contabiliz­ados 92 casos de influenza com duas mortes (ambas em agosto). Segundo diretriz do Ministério da Saúde, são de notificaçã­o compulsóri­a apenas as ocorrência­s graves de gripe.

A Covisa (Coordenado­ria de Vigilância em Saúde) alerta que durante todo o ano foram identifica­dos casos de influenza em pequena quantidade, demonstran­do que o vírus permanece em circulação.

No Hospital Sírio-Libanês, região central de São

Paulo, neste segundo semestre, setembro, outubro e novembro registrara­m o maior número de casos de infecção por vírus respiratór­io —153, 207 e 179, respectiva­mente. Os dados não contemplam os de Covid-19.

Para Celso Granato, infectolog­ista, virologist­a e diretor clínico do Grupo Fleury, não é comum ter tantos vírus respiratór­ios em circulação nesta época do ano.

“Agora estamos vendo um certo rebote. A imunidade das pessoas vai enfraquece­ndo ao longo do tempo, porque você não reencontra esses vírus. Na hora que deixa de usar máscara, lavar as mãos, tomar os cuidados e passa a aglomerar, encontramo­s uma população mais desprotegi­da que há dois anos”, diz ele. (Folha)

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