Saiba descartar salários para ter uma aposentadoria maior
Trabalhador pode deixar de fora contribuições baixas; regra da reforma torna planejamento mais dif ícil
Trabalhadores que têm mais do que o tempo mínimo exigido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para a aposentadoria podem descartar períodos de contribuição para aumentar o valor do benefício que receberão, desde que sejam mantidos pagamentos suficientes para a concessão da renda.
Criada pela reforma da Previdência, que passou a valer em 13 de novembro de 2019, a regra do descarte das contribuições exige um cuidado a mais na hora de pedir a aposentadoria ao INSS para garantir o acesso ao melhor benefício.
Cálculos do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários) feitos a pedido da reportagem do Agora mostram situações em que vale a pena descartar salários e outras em que compensa garantir um índice mais vantajoso na aposentadoria, com mais pagamentos.
Quanto maior for a variação salarial durante a carreira, maior tende a ser a vantagem ao descartar contribuições. Segundo o consultor do Ieprev Wagner Souza, trabalhadores com salários mais estáveis tendem a se beneficiar do uso de mais contribuições para melhorar o índice aplicado no cálculo da aposentadoria.
Isso ocorre porque o valor da média salarial deles varia pouco ao fazer o descarte de salários. Além disso, a variação no bolso é pequena para quem tem pouco tempo extra de trabalho, pois o descarte de salários será menor. “Há pouca variação no valor da renda mensal inicial quando o(a) segurado(a) excede em pouco o requisito mínimo de tempo necessário para a concessão do benefício”, afirma.
Transição
A reforma da Previdência estabeleceu que o cálculo de aposentadorias é de 60% da média salarial mais 2% a cada ano que passar de 15 anos (mulher) e de 20 anos (homem). Ou seja, ter mais tempo de contribuição melhora o índice que será aplicado sobre a média salarial, aumentando a renda.