Dudu jura amor ao Palmeiras e usa mantra de Abel para final
Após ver de longe o clube ser campeão em janeiro deste ano, atacante busca título continental
O Palmeiras se interessou pela contratação de determinados atacantes no primeiro semestre deste ano. Alguns deles eram caros, milionários, como Hulk e Diego Costa, que assinaram com o Atlético-MG.
Nas discussões internas da diretoria sobre esses possíveis reforços, havia uma preocupação: era preciso lembrar que Dudu estava prestes a voltar.
O integrante do elenco mais identificado com o clube passou um ano no Qatar, emprestado ao Al Duhail. Negociação que apenas aconteceu por causa dos problemas familiares do jogador, que confessa: não via a hora de retornar. Pela TV, ele viu o Palmeiras, o time do qual deveria fazer parte, conquistar a Libertadores da temporada passada, contra o Santos.
“Eu fiquei feliz. Senti que era parte daquilo, mesmo longe. Todo mundo sabe que eu saí apenas por causa de questões pessoais”, afirma ele, que atravessava crise conjugal na época.
Mesmo com a satisfação, nasceu a vontade de repetir a dose, desta vez com ele em campo. A oportunidade está neste sábado (27), quando o Palmeiras volta a decidir o título continental, desta vez contra o Flamengo.
Dudu reforça o tempo inteiro a importância que o clube, ao qual chegou em 2015, tem na sua vida.
“Claro que todo mundo precisa do seu salário. Mas eu não estou no Palmeiras pelo dinheiro, posso garantir. Eu sinto a derrota como o torcedor sente. É também pelo prazer, pela vontade.”
Descontado o tempo em que passou nos Emirados Árabes, não é comum hoje em dia um atleta ficar tanto tempo em um grande clube do Brasil. No Palestra Itália, conquistou a Copa do Brasil de 2015, os Brasileiros de 2016 e 2018 e o Paulista de 2020. Mas quando chegou a vez da Libertadores, ele estava longe. Assim que a equipe conquistou a vaga este ano, ao eliminar o Atlético-MG no Mineirão com um gol dele, Dudu chorou.
“Foi pela emoção de estar na final, por ter a chance de disputar uma final de Libertadores. É ver que a nossa estratégia de jogos decisivos, de não levar gol em casa, deu certo. A gente entrou em campo no Mineirão sabendo que atuava por um gol e com a certeza de que faria um gol”, diz.
Ele descarta que a afirmação é uma resposta às críticas recebidas pelo time e por Abel Ferreira pelo estilo do futebol e a tática empregados nas duas semifinais. O Palmeiras atuou na defesa em casa e empatou em 0 a 0. Também contou com a sorte porque o Atlético-MG
perdeu um pênalti. Em Belo Horizonte, o toque de Dudu para a rede representou a igualdade em 1 a 1 que classificou os paulistas pelo gol fora de casa.
“A gente tem um estilo de jogo e não vai mudar pelo que as pessoas falam. Vamos fazer o que o nosso treinador determina.”
Embora considere que Palmeiras e Flamengo possuem jogadores de alto nível e farão um confronto de qualidade, Dudu deixa subentendido não considerar grande a possibilidade de ser uma decisão aberta, com chances de gol o tempo todo. É uma final em jogo único, em que um erro pode decidir o título. Por isso ele diz confiar nos planos de Abel Ferreira. “É final que pode ter prorrogação, então são 120 minutos em que a gente não pode bobear. Vai ser um jogo grande. Para atuar em partida assim, é preciso ser muito inteligente. É para ter o coração quente, mas a mente fria”, afirma Dudu, com a frase que virou uma espécie de mantra de Abel Ferreira. (Folha)