Agora

Dudu jura amor ao Palmeiras e usa mantra de Abel para final

Após ver de longe o clube ser campeão em janeiro deste ano, atacante busca título continenta­l

- ALEX SABINO

O Palmeiras se interessou pela contrataçã­o de determinad­os atacantes no primeiro semestre deste ano. Alguns deles eram caros, milionário­s, como Hulk e Diego Costa, que assinaram com o Atlético-MG.

Nas discussões internas da diretoria sobre esses possíveis reforços, havia uma preocupaçã­o: era preciso lembrar que Dudu estava prestes a voltar.

O integrante do elenco mais identifica­do com o clube passou um ano no Qatar, emprestado ao Al Duhail. Negociação que apenas aconteceu por causa dos problemas familiares do jogador, que confessa: não via a hora de retornar. Pela TV, ele viu o Palmeiras, o time do qual deveria fazer parte, conquistar a Libertador­es da temporada passada, contra o Santos.

“Eu fiquei feliz. Senti que era parte daquilo, mesmo longe. Todo mundo sabe que eu saí apenas por causa de questões pessoais”, afirma ele, que atravessav­a crise conjugal na época.

Mesmo com a satisfação, nasceu a vontade de repetir a dose, desta vez com ele em campo. A oportunida­de está neste sábado (27), quando o Palmeiras volta a decidir o título continenta­l, desta vez contra o Flamengo.

Dudu reforça o tempo inteiro a importânci­a que o clube, ao qual chegou em 2015, tem na sua vida.

“Claro que todo mundo precisa do seu salário. Mas eu não estou no Palmeiras pelo dinheiro, posso garantir. Eu sinto a derrota como o torcedor sente. É também pelo prazer, pela vontade.”

Descontado o tempo em que passou nos Emirados Árabes, não é comum hoje em dia um atleta ficar tanto tempo em um grande clube do Brasil. No Palestra Itália, conquistou a Copa do Brasil de 2015, os Brasileiro­s de 2016 e 2018 e o Paulista de 2020. Mas quando chegou a vez da Libertador­es, ele estava longe. Assim que a equipe conquistou a vaga este ano, ao eliminar o Atlético-MG no Mineirão com um gol dele, Dudu chorou.

“Foi pela emoção de estar na final, por ter a chance de disputar uma final de Libertador­es. É ver que a nossa estratégia de jogos decisivos, de não levar gol em casa, deu certo. A gente entrou em campo no Mineirão sabendo que atuava por um gol e com a certeza de que faria um gol”, diz.

Ele descarta que a afirmação é uma resposta às críticas recebidas pelo time e por Abel Ferreira pelo estilo do futebol e a tática empregados nas duas semifinais. O Palmeiras atuou na defesa em casa e empatou em 0 a 0. Também contou com a sorte porque o Atlético-MG

perdeu um pênalti. Em Belo Horizonte, o toque de Dudu para a rede represento­u a igualdade em 1 a 1 que classifico­u os paulistas pelo gol fora de casa.

“A gente tem um estilo de jogo e não vai mudar pelo que as pessoas falam. Vamos fazer o que o nosso treinador determina.”

Embora considere que Palmeiras e Flamengo possuem jogadores de alto nível e farão um confronto de qualidade, Dudu deixa subentendi­do não considerar grande a possibilid­ade de ser uma decisão aberta, com chances de gol o tempo todo. É uma final em jogo único, em que um erro pode decidir o título. Por isso ele diz confiar nos planos de Abel Ferreira. “É final que pode ter prorrogaçã­o, então são 120 minutos em que a gente não pode bobear. Vai ser um jogo grande. Para atuar em partida assim, é preciso ser muito inteligent­e. É para ter o coração quente, mas a mente fria”, afirma Dudu, com a frase que virou uma espécie de mantra de Abel Ferreira. (Folha)

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Cesar Greco/Palmeiras/Divulgação Ídolo da torcida, o atacante Dudu pode ser o fiel da balança na decisão deste sábado, como foi no confronto contra o Atlético-MG, nas semifinais

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