Ana Maria

Quero inspirar mulheres da minha geração

- Por Marcos Santos, Júlia Arbex e Fabricio Pellegrino

Há um mês no ar com o Aqui na Band, Silvia Poppovic, jornalista pioneira em programas de debate na TV brasileira, revela que ficou quase dez anos longe da telinha para investir no papel de mãe e cuidar melhor de si. Agora, aos 64 anos, voltou mais magra após uma cirurgia bariátrica, com a qualidade de vida turbinada e cheia de saúde. Ela falou sobre tudo isso com Anamaria em um bate-papo cheio de franqueza, marca registrada da apresentad­ora

Você declarou que o modelo de atração que costumava fazer foi mal copiado na TV. O que quis dizer com isso?

Que, em busca de audiência, realizaram esse mesmo formato de uma maneira que eu, infelizmen­te, lamento. Pois estavam priorizand­o ibope e não qualidade. Então, os debates se transforma­ram em barracos na TV, com convidados pagos para participar, especialis­tas sem a mesma credibilid­ade dos que iam ao meu programa, depoimento­s forjados...

Foi triste ver isso acontecer?

Foi! Afinal, um formato em que as pessoas contavam a própria história virou sensaciona­lismo.

Por isso digo que fui mal copiada. Porém, não quer dizer que não possamos voltar a fazer o que já fiz bem um dia. O Aqui na Band não é um projeto meu, mas do Vildomar Batista. Então, nao tenho protagonis­mo nesse programa como já tive em outros. Sou a apresentad­ora principal, mas não se trata de um programa da Silvia.

Como recebeu o convite para voltar à TV?

O Jonny Saad [presidente do Grupo Bandeirant­es] me disse: “Estamos com um projeto feminino com a sua cara. Vai se esbaldar”.

Aí o Vildomar Batista [diretor da atração] me explicou o projeto dele. E, realmente, com todos os anos de vida profission­al que tenho, me adaptarei bem e farei com prazer.

Esse é o momento certo para o seu retorno?

É, né? É a cereja do bolo. Estou em um momento pessoal muito gostoso. Emagreci, me cuidei, estou muito ligada em viver a longevidad­e e essa fase da vida com qualidade. Então, receber um convite de trabalho nesse momento é maravilhos­o. Inclusive, inspiracio­nal para todas as mulheres que assistem a nós. A vida não vai acabar cedo, não. Cada vez a gente vai viver mais e viver sem graça não dá. Precisamos de qualidade de vida com desafios, trabalho, dinheiro, curtindo, conhecendo gente, trocando com os mais jovens. A vida precisa dessa dinâmica. Não tem nada a ver ficar encostada.

Quais são seus cuidados com saúde e beleza?

Olha, hoje, são todos! Emagreci, fiz cirurgia bariátrica. Faço ginástica funcional e vou atrás de todos os tratamento­s para ficar com a pele a mais bonita possível. Tenho qualidade de vida e saúde. Nesta semana fiz meus exames e meu marido, que é médico, falou: “Nossa, está dando inveja”. Porque, realmente, estou bem. Me cuido bastante.

Com o programa, dará tempo de continuar com todos esses cuidados?

É uma boa pergunta. Mais do que nunca precisarei tomar esses cuidados. Tenho que dormir cedo, fazer ginástica à tarde. O estresse, muitas vezes, começa a absorver. Essa é uma grande armadilha, mas eu estou ligada nisso.

Quando sua filha, Ana, nasceu, há 19 anos, você se afastou da TV e voltou algumas vezes. O que mudou na sua vida nesse período?

A maternidad­e me melhorou, me deixou mais doce, mais madura, tolerante. Sinto que foi um aprendizad­o. Às vezes, você não consegue ser mãe e profission­al ao mesmo tempo, tem que abrir espaço para outras coisas. Foi o que fiz e foi a melhor coisa que poderia ter feito: investir no papel de mãe. E a vida é esse balé de papéis.

O programa demorou a estrear. Ficou ansiosa?

Ah, lógico que sim! Mas a imprensa ficou mais ansiosa do que a gente. A Band não tinha divulgado, mas a mídia começou a falar que iríamos estrear. Então, começamos a correr atrás.

A sociedade ainda vê o envelhecim­ento da mulher como algo negativo. O que você quer trazer com o seu amadurecim­ento?

Quero ser uma pessoa inspiracio­nal para as mulheres da minha geração. Mudei a minha vida e elas podem também. Isso tudo está dentro de cada um. E, com sinceridad­e, quando vemos alguém levando uma vida que gostaríamo­s de ter, você discute isso. É uma maneira de aprender a reciclar suas próprias verdades e atualizar seus sonhos. Assim a vida vai melhorando. Estou em uma fase que, quando me encontram na rua, falam: “Nossa, você é um exemplo para mim”. Acho isso ótimo. E sou muito generosa em falar tudo o que eu faço, não escondo o jogo. Eu não sou melhor do que ninguém. Só fui atrás e conto como fiz isso.

Fez a bariátrica por vaidade ou saúde?

Saúde! Estava com dores no joelho, cansada, tendo que tomar um monte de remédio, não vou envelhecer assim. Não combina comigo. Busquei um médico sério, fiz tudo de que precisava e estou aqui, firme e forte.

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Silvia na atração matutina da Band com o apresentad­or Luís Ernesto Lacombe e a chef de cozinha Luiza Hoffmann
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