Ana Maria

Deixa o cupido VIRTUAL te clicar

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Adoraria ver um pessoal legal e avulso que conheço flechados pelo cupido virtual. E aí sim, após afunilar as possibilid­ades, partirem para o encontro presencial, com o tal olho no olho...

Outro dia, conversand­o com uma amiga new solteira na pista, que reclamava da falta do gênero masculino de qualidade no mercado, lasquei a pergunta proibitiva: “E os sites de relacionam­ento?”. Depois de me olhar como se tivesse xingado a mãe dela, começaram os argumentos capengas: “Isso não é pra mim... Gosto de olho no olho... não sou adepta dessas tecnologia­s...” Suspirei. “Essas tecnologia­s” incluem máquina de lavar roupa, aspirador de pó e carro automático. “Essas tecnologia­s” fazem parte do dia a dia. E se é para sapatear na tecnologia, a comunicaçã­o não pode ficar de fora: esquece Whatsapp, Instagram e seja lá o que for. Vamos mandar cartões-postais, escrever longas missivas e ir até os Correios selar a carta com a língua.

Ah, para, né? Comprovada­mente aliada da vida prática, por que necessaria­mente a tecnologia precisa ser vilã dos relacionam­entos? Ao contrário: ela pode aproximar pessoas certas. Na minha solteirice, as plataforma­s teriam evitado muito iletrado, muito babaca pagando de

gostoso que, para ser educada, tive que encarar do outro lado da mesa, fingindo prestar atenção na conversa enquanto traçava planos para fugir dali.

Tem sem noção nos sites de relacionam­ento? Às pencas. Mas a vantagem é filtrar. Ali, confortave­lmente instalados em casa de pijama, diante da telinha. Ao primeiro “de repente” você bloqueia. Se começar com graça de sexo virtual na segunda conversa on-line, chuta que é macumba. Olha a economia de tempo e energia: em meia dúzia de tecladas o príncipe da foto retocada vira sapo.

Por isso não entendo a resistênci­a a esse tipo de botequim da rede. Adoraria ver um pessoal legal e avulso que conheço – homens e mulheres, heteros e homos – flechados pelo cupido virtual. E aí sim, após afunilar as possibilid­ades, partirem para o encontro presencial, com o tal olho no olho, primeiro beijo, mão-boba e tudo mais. Depois de certa idade, a gente precisa ter pressa de ser feliz.

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 ??  ?? Enevnievsi­euasus apseprgeur­gnutanstap­sapra rtahwiagal­orveiiesir­paeploeleo-me-amilaainl anmaamriar@iam@amisaleisi­lteoirt.ocor.mco.mbr.br WAL REIS é jornalista, profission­al de comunicaçã­o corporativ­a e escreve sobre comportame­nto e coisas da vida.
Enevnievsi­euasus apseprgeur­gnutanstap­sapra rtahwiagal­orveiiesir­paeploeleo-me-amilaainl anmaamriar@iam@amisaleisi­lteoirt.ocor.mco.mbr.br WAL REIS é jornalista, profission­al de comunicaçã­o corporativ­a e escreve sobre comportame­nto e coisas da vida.

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