Colesterol SOB CONTROLE
Fez exame de sangue recentemente e está com colesterol alto? Especialistas apontam os ajustes no cardápio que ajudam a baixar as taxas no sangue e evitam desenvolver doenças cardiovasculares
Embora muitas pessoas achem o colesterol maléfico, ele é primordial para o bom funcionamento do organismo. “A substância é um tipo de lipídio (gordura) que está naturalmente presente no corpo humano (75%) e o restante, 25%, é obtido por meio da alimentação. Ele é responsável pela estruturação da membrana das células, produção de hormônios, absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e produção da vitamina E”, explica Bianca Bayer, nutricionista da Clínica Michelle Freitas (SP). O problema: o excesso, que, geralmente, está associado às doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Saiba como deve ser a dieta de quem precisa abaixar os níveis de colesterol no sangue. Se for seu caso, além de mais qualidade de vida, prepare-se para, de quebra, se despedir de alguns quilinhos!
O colesterol é dividido popularmente entre “bom”, o HDL, e “ruim”, o LDL. Essas siglas são lipoproteínas responsáveis por transportar o colesterol da corrente sanguínea para outros órgãos do corpo. A HDL significa lipoproteína de alta densidade. Já o LDL quer dizer lipoproteína de baixa densidade.
“O LDL é aquele responsável por transportar o colesterol para células e tecidos. Ele recebeu esse nome porque quando seu nível está elevado, ocorre um acúmulo nas paredes arteriais que carregam o sangue para o cérebro e o coração. Com o passar o tempo, esse acúmulo se transforma em placas de gordura que vão reduzindo cada vez mais o fluxo de sangue, aumentando o risco de ataque cardíaco ou isquemia cerebral (falta de oxigenação adequada no cérebro). É considerado um valor alto quando é igual ou superior a 130 mg/ dl. Se o indivíduo já teve um problema cardiovascular ou possui algum outro fator de risco (tabagismo, excesso de peso, sedentarismo), seu controle deve ser mais rigoroso”, afirma Bianca.
Já o HDL transporta o colesterol dos órgãos e tecidos para o fígado e, assim, evita o desenvolvimento de doenças cardíacas. É considerado um nível bom acima de 40 mg/dl, sendo ótimo acima de 60 mg/dl. “Para saber o colesterol total, basta fazer a soma dos dois tipos e seu valor não deve ultrapassar 190 mg/ dl”, diz ela.
O primeiro passo para evitar e tratar o problema é aderir a uma dieta variada, na qual os alimentos in natura devem ser priorizados. A prática regular de atividade física (50 minutos, cinco vezes por semana) também se faz essencial. “Recomenda-se o uso de medicamentos quando as mudanças de hábito de vida não surtiram o efeito desejado.
Ou, ainda, quando os níveis de colesterol são extremamente elevados e apenas a mudança de hábitos não vai colaborar. Pacientes que já tiveram doença nas artérias devem tomar medicação”, ressalta o cardiologista Marcelo Cantarelli. “O acúmulo de colesterol ocorre lentamente e não causa, a princípio, sintomas. Ao longo dos anos, porém, seu excesso é fator crucial para a formação de aterosclerose, que pode causar a obstrução parcial ou total dos vasos sanguíneos, favorecendo a ocorrência de doenças cardíacas. Realizar exame de sangue é a maneira mais segura para ver se o nível de colesterol está dentro dos limites normais ou não”, pondera Nágila Raquel Teixeira Damasceno, diretora executiva do departamento de nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. O exame deve fazer parte do check-up anual de todos os adultos, mas a frequência deve ser maior ainda nos indivíduos obesos e fumantes, e com um histórico familiar de doenças cardiovasculares.