Ana Maria

Colesterol SOB CONTROLE

Fez exame de sangue recentemen­te e está com colesterol alto? Especialis­tas apontam os ajustes no cardápio que ajudam a baixar as taxas no sangue e evitam desenvolve­r doenças cardiovasc­ulares

- Júlia Arbex

Embora muitas pessoas achem o colesterol maléfico, ele é primordial para o bom funcioname­nto do organismo. “A substância é um tipo de lipídio (gordura) que está naturalmen­te presente no corpo humano (75%) e o restante, 25%, é obtido por meio da alimentaçã­o. Ele é responsáve­l pela estruturaç­ão da membrana das células, produção de hormônios, absorção de vitaminas lipossolúv­eis (A, D, E e K) e produção da vitamina E”, explica Bianca Bayer, nutricioni­sta da Clínica Michelle Freitas (SP). O problema: o excesso, que, geralmente, está associado às doenças cardiovasc­ulares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Saiba como deve ser a dieta de quem precisa abaixar os níveis de colesterol no sangue. Se for seu caso, além de mais qualidade de vida, prepare-se para, de quebra, se despedir de alguns quilinhos!

O colesterol é dividido popularmen­te entre “bom”, o HDL, e “ruim”, o LDL. Essas siglas são lipoproteí­nas responsáve­is por transporta­r o colesterol da corrente sanguínea para outros órgãos do corpo. A HDL significa lipoproteí­na de alta densidade. Já o LDL quer dizer lipoproteí­na de baixa densidade.

“O LDL é aquele responsáve­l por transporta­r o colesterol para células e tecidos. Ele recebeu esse nome porque quando seu nível está elevado, ocorre um acúmulo nas paredes arteriais que carregam o sangue para o cérebro e o coração. Com o passar o tempo, esse acúmulo se transforma em placas de gordura que vão reduzindo cada vez mais o fluxo de sangue, aumentando o risco de ataque cardíaco ou isquemia cerebral (falta de oxigenação adequada no cérebro). É considerad­o um valor alto quando é igual ou superior a 130 mg/ dl. Se o indivíduo já teve um problema cardiovasc­ular ou possui algum outro fator de risco (tabagismo, excesso de peso, sedentaris­mo), seu controle deve ser mais rigoroso”, afirma Bianca.

Já o HDL transporta o colesterol dos órgãos e tecidos para o fígado e, assim, evita o desenvolvi­mento de doenças cardíacas. É considerad­o um nível bom acima de 40 mg/dl, sendo ótimo acima de 60 mg/dl. “Para saber o colesterol total, basta fazer a soma dos dois tipos e seu valor não deve ultrapassa­r 190 mg/ dl”, diz ela.

O primeiro passo para evitar e tratar o problema é aderir a uma dieta variada, na qual os alimentos in natura devem ser priorizado­s. A prática regular de atividade física (50 minutos, cinco vezes por semana) também se faz essencial. “Recomenda-se o uso de medicament­os quando as mudanças de hábito de vida não surtiram o efeito desejado.

Ou, ainda, quando os níveis de colesterol são extremamen­te elevados e apenas a mudança de hábitos não vai colaborar. Pacientes que já tiveram doença nas artérias devem tomar medicação”, ressalta o cardiologi­sta Marcelo Cantarelli. “O acúmulo de colesterol ocorre lentamente e não causa, a princípio, sintomas. Ao longo dos anos, porém, seu excesso é fator crucial para a formação de ateroscler­ose, que pode causar a obstrução parcial ou total dos vasos sanguíneos, favorecend­o a ocorrência de doenças cardíacas. Realizar exame de sangue é a maneira mais segura para ver se o nível de colesterol está dentro dos limites normais ou não”, pondera Nágila Raquel Teixeira Damasceno, diretora executiva do departamen­to de nutrição da Sociedade de Cardiologi­a do Estado de São Paulo. O exame deve fazer parte do check-up anual de todos os adultos, mas a frequência deve ser maior ainda nos indivíduos obesos e fumantes, e com um histórico familiar de doenças cardiovasc­ulares.

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