Os perigos da internet na vida dos adolescentes
Meu filho tem 15 anos e passa o dia todo na internet. Para não contrariá-lo, permito o acesso exagerado...”
T. R., por e-mail
“É preciso orientar os adolescentes, manter um bom diálogo com eles, conscientizando-os sobre o uso correto, seguro e produtivo da internet. A parceria entre pais e filhos
é fundamental”
A adolescência é marcada por transformações e as maiores causas de preocupação entre os jovens são as comparaçoes sociais e críticas em relação à sua aparência. Nessa fase, eles oscilam entre o comportamento infantil e o adulto, gerando dúvidas e riscos. Na era da internet, há uma nova relação de tempo e espaço, pois podemos expandir fronteiras e, ao mesmo tempo, nos preocupar com milésimos de segundos. Ou seja, um ambiente complexo, de crescimento, mobilidade, mas de riscos e hostilidades também. O Comitê Gestor da Internet
Brasil (CGI Brasil) divulgou uma pesquisa, em 2017, que mostrou o crescimento no consumo de notícias on-line por crianças e adolescentes entre 9 a 17 anos: 51% dos jovens conectados leem e/ou assistem a notícias pela internet. Em 2013, essa proporção era de 34%. Se juntarmos a necessidade de estar em grupo com o número expressivo de jovens nas redes sociais, temos um ambiente propício a riscos de toda a natureza: cyberbullying, sexting (troca de conteúdos sexuais por mensagens, com imagens e vídeos de nudismo), rede de pedofilia, assédio, todas as formas de preconceitos (raça, credo, gênero). O uso da internet, no entanto, tem que trazer algo de positivo aos adolescentes, ou seja, agregar valor à sua vida. É nesse momento que muitos pais se tornam intransigentes e acabam se afastando em vez de ajudar os filhos, orientando-os sobre o uso adequado da tecnologia. Essa, por sua vez, faz parte do mundo e da vida de todos – e não há como negligenciar isso. É preciso, sim, orientar os adolescentes, manter um bom diálogo com eles, conscientizando-os sobre o uso correto, seguro e produtivo da internet. A parceria entre pais e filhos é fundamental.