Ana Maria

Naluta CONTRA O CÂNCER

Em agosto deste ano, Heloisa Périssé anunciou que havia descoberto um tumor nas glândulas salivares e cancelou compromiss­os de trabalho para iniciar o tratamento. Entenda os detalhes sobre o desenvolvi­mento e prevenção da doença

- Ana Bardella

Cirurgia seguida de sessões de rádio e quimiotera­pia: foi para dar início ao tratamento de um câncer nas glândulas salivares que Heloisa Périssé cancelou as apresentaç­ões do espetáculo Loloucas, no teatro, em agosto deste ano. Aos 53 anos e com duas filhas, uma de 20 e outra de 13 anos, a atriz tem se mantido reservada durante o tratamento, evitando dar entrevista­s. Porém, compartilh­a as notícias positivas sobre a saúde nas redes sociais, sempre agradecend­o o carinho dos fãs e o apoio de familiares e amigos. De acordo com Fábio Roberto Pinto, cirurgião de cabeça e pescoço do Hcor, os tumores das glândulas salivares não são frequentes e têm caracterís­ticas específica­s. Conheça mais detalhes do câncer raro que atingiu a atriz.

DIFERENTES TIPOS

“As glândulas salivares são responsáve­is pela produção de saliva e outros tipos de secreções importante­s para a nossa saúde”, explica o médico. Segundo o especialis­ta, elas variam de tamanho e ficam localizada­s em diferentes partes: em regiões próximas às orelhas, língua e mandíbula. Os tumores, apesar de infrequent­es, podem aparecer em qualquer uma das glândulas – mas nem todos oferecem riscos à saúde. A variação, portanto, está no grau de malignidad­e. Por isso, ao notar o aparecimen­to de um nódulo, primeiro, avalie a localizaçã­o. “Nas glândulas maiores, os riscos são pequenos. Quanto menor a glândula atingida, maior a possibilid­ade de ser um tumor maligno, ou seja, um câncer”, completa Pinto.

DESENVOLVI­MENTO E PREVENÇÃO EM ESTUDO

Ainda não são conhecidos pela ciência todos os fatores de risco para o desenvolvi­mento deste tipo de câncer. “Sabe-se que a exposição à radiação pode aumentar as chances de um tumor maligno. Por exemplo, profission­ais da área de radiologia, pacientes que já passaram por radioterap­ia ou pessoas que estiveram próximas de um acidente nuclear têm mais riscos de desenvolve­rem”, afirma o médico. Porém, a maior parte dos casos são esporádico­s

– ou seja, não estão associados a fatores genéticos nem têm uma relação de causa e efeito bem estabeleci­da pela medicina. “Não há, por exemplo, relação com o vírus do HPV”, ressalta o médico. Por esse motivo, para este tipo específico de câncer, não há formas comprovada­s de prevenção a não ser evitar a exposição à radiação.

SINAIS DE ALERTA

Ao contrário do que se imagina, mesmo sendo um problema nas glândulas salivares, o câncer dificilmen­te gera alterações que podem ser sentidas na produção da saliva.

“Na maior parte dos casos, quem nota a presença do tumor é o próprio paciente”, diz o médico. No início da doença, o sintoma é um só: um nódulo no rosto, pescoço ou boca. Em alguns casos, ele pode ser acompanhad­o de dor ou de dificuldad­e para abrir e fechar a mandíbula. Em outros, mais raros e agressivos, pode paralisar os músculos da face. Ao notar a presença de um nódulo como este, procure auxílio de um profission­al. A indicação do especialis­ta é marcar uma consulta com um cirurgião de cabeça e pescoço. “Os profission­ais da área são aptos para analisar os nódulos e avaliarem os riscos, indicando o melhor tipo de tratamento”, diz. O importante é não deixar o tempo passar sem dar importânci­a ao sintoma.

TRATAMENTO

Heloisa já se submeteu a uma cirurgia e, agora, passa por sessões de rádio e quimiotera­pia. O médico, no entanto, diz que este tipo de tratamento é raro nos casos de câncer das glândulas salivares. “Aproximada­mente, oito em cada dez pacientes fazem somente a retirada do tumor por meio de uma operação”, explica. Quando o tipo é mais agressivo, o mais comum é adicionar ao tratamento a radioterap­ia. A quimiotera­pia é uma exceção, específica para o caso da atriz.

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