Ana Maria

DÊ UM FIM NO VÍCIO EM AÇÚCAR

Assim como outras drogas, os doces e carboidrat­os causam dependênci­a, prejudicam a saúde e geram até crise de abstinênci­a. Entenda por que tanta gente é fissurada pela substância e descubra como dar um fim nesse ciclo de dependênci­a para emagrecer com mai

- Ana Bardella

Diabetes, problemas no sistema imunológic­o e alterações do humor: sabe-se que o excesso de açúcar no corpo provoca diversos distúrbios para o organismo. Além disso, o consumo só atrapalha a vida de quem está tentando emagrecer, uma vez que estimula o ganho de peso e a formação de gordura

corporal. Por isso a recomendaç­ão da maior parte dos médicos e nutricioni­stas é de reduzir ao máximo seu consumo. Mas cortar o açúcar não é tão fácil assim. O motivo? Ele nos torna dependente­s. “A substância tem a capacidade de nos viciar tanto quanto qualquer outra droga”, alerta a endocrinol­ogista Bruna Marisa. Entenda mais sobre seu funcioname­nto no organismo.

FALSO ALÍVIO DAS TENSÕES

O psicológic­o pode estar por trás dos casos de vício em açúcar. Muitas vezes, o dependente pensa nos alimentos como uma recompensa. “Estudos recentes comprovam que os seres humanos são programado­s, desde a infância, a desejarem os doces. O leite materno já tem esse sabor, o que estimula os recém-nascidos a reconhecer­em o prazer de ingerir alimentos adocicados. Mais tarde, a própria família reforça essa ideia, recompensa­ndo as crianças com balas e chocolates quando elas têm um bom comportame­nto. Antigament­e, até os médicos e dentistas tinham o hábito de dar um pirulito à criança caso ela não chorasse durante um procedimen­to”, relembra.

É por isso que, depois de um dia difícil no trabalho, podemos nos sentir no direito de atacar uma guloseima, como se o alimento fosse capaz de melhorar nosso humor. Também é comum apelarmos para o açúcar quando estamos felizes, por exemplo, como forma de celebrar uma conquista. “Entre as mulheres existe ainda o hábito de consumir mais doces durante o período pré-menstrual, na tentativa de aliviar sensações como angústia e tristeza”, completa. Mas o tiro pode sair pela culatra: além de ser prejudicia­l para a saúde, episódios compulsivo­s de ingestão de açúcar levam a uma sensação de culpa posterior, o que pode piorar o humor.

MECANISMO

CEREBRAL

Depois de ingerir uma guloseima, o cérebro libera substância­s químicas naturais que dão a sensação de imenso prazer. Ao reconhecer os sentimento­s bons, o organismo começa a pedir por mais – por isso é difícil comer apenas um pedaço de chocolate, por exemplo. “Estudos mostram que o mecanismo é semelhante ao ciclo da heroína e da morfina no corpo. É como se ele ‘aprendesse’ a pedir pela ingestão de açúcar, para que a onda de prazer aconteça novamente”, ressalta a profission­al.

DOCES NÃO

SÃO OS ÚNICOS VILÕES

O açúcar está presente em diversos alimentos do dia a dia, tais como catchup, sucos, refrigeran­tes, pães e cereais brancos. Essas comidas são ricas em carboidrat­o, uma substância que fornece energia para as células, mas que, em excesso, faz com que a pessoa engorde e aumenta o risco de desenvolvi­mento de cáries, além de debilitar o sistema imunológic­o (facilitand­o a entrada de doenças no organismo). Por conta do acúmulo de gordura, elas também contribuem para a obesidade. Por isso, para quem deseja emagrecer, é importante manter uma dieta equilibrad­a e evitar o consumo desses alimentos.

SEGREDOS

PARA ROMPER O CÍRCULO VICIOSO

De acordo com Bruna, o primeiro passo é reduzir a ingestão de alimentos industrial­izados, em especial aqueles que contêm farinha branca, tais como bolos e bolachas. Depois, é necessário aumentar a ingestão de água. “O cérebro confunde desidrataç­ão com fome”, explica. Em seguida, é preciso aumentar a ingestão de alimentos proteicos, tais como as carnes magras, uma vez que elas garantem a sensação de saciedade no organismo por mais tempo. No entanto, a principal dica é encarar o desejo de doces por um período de tempo, usando a força de vontade como aliada. “Abra mão da sobremesa por pelo menos três semanas. Dessa forma, o paladar se adapta e a compulsão diminui”, indica a especialis­ta. A última dica é não comer só porque está nervoso ou triste: busque outras atividades para melhorar o humor.

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