DÊ UM FIM NO VÍCIO EM AÇÚCAR
Assim como outras drogas, os doces e carboidratos causam dependência, prejudicam a saúde e geram até crise de abstinência. Entenda por que tanta gente é fissurada pela substância e descubra como dar um fim nesse ciclo de dependência para emagrecer com mai
Diabetes, problemas no sistema imunológico e alterações do humor: sabe-se que o excesso de açúcar no corpo provoca diversos distúrbios para o organismo. Além disso, o consumo só atrapalha a vida de quem está tentando emagrecer, uma vez que estimula o ganho de peso e a formação de gordura
corporal. Por isso a recomendação da maior parte dos médicos e nutricionistas é de reduzir ao máximo seu consumo. Mas cortar o açúcar não é tão fácil assim. O motivo? Ele nos torna dependentes. “A substância tem a capacidade de nos viciar tanto quanto qualquer outra droga”, alerta a endocrinologista Bruna Marisa. Entenda mais sobre seu funcionamento no organismo.
FALSO ALÍVIO DAS TENSÕES
O psicológico pode estar por trás dos casos de vício em açúcar. Muitas vezes, o dependente pensa nos alimentos como uma recompensa. “Estudos recentes comprovam que os seres humanos são programados, desde a infância, a desejarem os doces. O leite materno já tem esse sabor, o que estimula os recém-nascidos a reconhecerem o prazer de ingerir alimentos adocicados. Mais tarde, a própria família reforça essa ideia, recompensando as crianças com balas e chocolates quando elas têm um bom comportamento. Antigamente, até os médicos e dentistas tinham o hábito de dar um pirulito à criança caso ela não chorasse durante um procedimento”, relembra.
É por isso que, depois de um dia difícil no trabalho, podemos nos sentir no direito de atacar uma guloseima, como se o alimento fosse capaz de melhorar nosso humor. Também é comum apelarmos para o açúcar quando estamos felizes, por exemplo, como forma de celebrar uma conquista. “Entre as mulheres existe ainda o hábito de consumir mais doces durante o período pré-menstrual, na tentativa de aliviar sensações como angústia e tristeza”, completa. Mas o tiro pode sair pela culatra: além de ser prejudicial para a saúde, episódios compulsivos de ingestão de açúcar levam a uma sensação de culpa posterior, o que pode piorar o humor.
MECANISMO
CEREBRAL
Depois de ingerir uma guloseima, o cérebro libera substâncias químicas naturais que dão a sensação de imenso prazer. Ao reconhecer os sentimentos bons, o organismo começa a pedir por mais – por isso é difícil comer apenas um pedaço de chocolate, por exemplo. “Estudos mostram que o mecanismo é semelhante ao ciclo da heroína e da morfina no corpo. É como se ele ‘aprendesse’ a pedir pela ingestão de açúcar, para que a onda de prazer aconteça novamente”, ressalta a profissional.
DOCES NÃO
SÃO OS ÚNICOS VILÕES
O açúcar está presente em diversos alimentos do dia a dia, tais como catchup, sucos, refrigerantes, pães e cereais brancos. Essas comidas são ricas em carboidrato, uma substância que fornece energia para as células, mas que, em excesso, faz com que a pessoa engorde e aumenta o risco de desenvolvimento de cáries, além de debilitar o sistema imunológico (facilitando a entrada de doenças no organismo). Por conta do acúmulo de gordura, elas também contribuem para a obesidade. Por isso, para quem deseja emagrecer, é importante manter uma dieta equilibrada e evitar o consumo desses alimentos.
SEGREDOS
PARA ROMPER O CÍRCULO VICIOSO
De acordo com Bruna, o primeiro passo é reduzir a ingestão de alimentos industrializados, em especial aqueles que contêm farinha branca, tais como bolos e bolachas. Depois, é necessário aumentar a ingestão de água. “O cérebro confunde desidratação com fome”, explica. Em seguida, é preciso aumentar a ingestão de alimentos proteicos, tais como as carnes magras, uma vez que elas garantem a sensação de saciedade no organismo por mais tempo. No entanto, a principal dica é encarar o desejo de doces por um período de tempo, usando a força de vontade como aliada. “Abra mão da sobremesa por pelo menos três semanas. Dessa forma, o paladar se adapta e a compulsão diminui”, indica a especialista. A última dica é não comer só porque está nervoso ou triste: busque outras atividades para melhorar o humor.