“Agora ele está confiante”
“Demorou para sabermos que o Pedro era autista não verbal. Quando ele era mais novo, não havia tanta informação como hoje e o pediatra dizia que ele era tímido. Então, procurei um neurologista que falou sobre a suspeita do autismo, pois naquela época não existia um diagnóstico formado por especialistas [o TEA só foi caracterizado como deficiência pelo Código Internacional de Doenças em 2012]. Por ser filho único e não ter outras crianças para interagir em casa, o coloquei em uma escola regular aos 5 anos de idade. Com 10, o mudei para um colégio que aplicava o método Aba [abordagem da psicologia usada para a compreensão do comportamento]. Porém, embora tenha melhorado muito, o Pedro continuou não verbal. Hoje, ele trabalha para a Nidera, fazendo brindes. É registrado, tem vale-refeição... E isso fez muita diferença para a autoestima e independência do meu filho. Antes do emprego, ele era retraído, andava olhando para o chão. Agora, está confiante. Considero esse um dos acontecimentos mais importantes da vida dele. Com o dinheirinho, paga uma rodada de pizza para a família, por exemplo, compra o tênis que tanto queria... Quem tem um filho autista possui uma joia preciosa nas mãos e deve correr atrás dos diretos dele! Nunca devemos subestimá-los, pois sabem, ouvem e compreendem. Mesmo que não absorvam agora o que aprenderam, uma hora isso virá à tona!
Não dar oportunidade de aprendizado a eles é muito errado.”