Ana Maria

Pré-eclâmpsia: a doença silenciosa

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“A pré-eclâmpsia não impede o parto normal desde que devidament­e controlada. Com um bom pré-natal, adequado conhecimen­to dos riscos envolvidos e seguir as orientaçõe­s de um profission­al gabaritado, mãe e feto passarão bem”

Apré-eclâmpsia é uma doença, muitas vezes, silenciosa. Também chamada de doença hipertensi­va, ela acomete mulheres grávidas principalm­ente na primeira gestação. Tem correlação também com quem apresenta maior facilidade de trombose, nas doenças de trombofili­as e em pacientes com mutações que favoreçam a coagulação do sangue. É mais comum após a 28ª semana de gestação, nos meses de inverno, em mulheres que já têm hipertensã­o prévia e naquelas com ganho de peso excessivo e/ou com diabetes gestaciona­l. O diagnóstic­o se dá por constataçã­o de elevação de pressão e edema generaliza­do associado a sinais de comprometi­mento renal, com perda de proteína pela urina. As causas se relacionam a um aumento na resistênci­a ao fluxo de sangue dentro da placenta e comprometi­mento gradativo da função placentári­a, levando à redução do ganho de peso do feto e do líquido amniótico (o quadro pode evoluir para perda de oxigenação do bebê, levando-o até a morte). A pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia (convulsão) se não diagnostic­ada e tratada a tempo. É importante atentar nesse estágio ao surgimento de dor de cabeça, estômago e visão alterada com pontos brilhantes ou escuros. Assim, episódios extremos da doença podem levar à insuficiên­cia renal crônica, derrame cerebral e até a morte. Mas, há medidas capazes de diminuir seus riscos, como o devido acompanham­ento médico. Inicialmen­te, deve-se fazer repouso, controlar o estresse e eliminar o sal da comida. Se a pressão se mantiver elevada, indica-se o uso de ansiolític­os e anti-hipertensi­vos. Em casos de trombofili­as ou pré-eclâmpsia prévia, pode-se associar um anticoagul­ante. É importante ressaltar que a pré-eclâmpsia não impede o parto normal desde que devidament­e controlada. Com um bom pré-natal, adequado conhecimen­to dos riscos envolvidos e seguir à risca as orientaçõe­s de um profission­al gabaritado, mãe e feto passarão bem.

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 ??  ?? ALEXANDRE PUPO Ginecologi­sta do Hospital Sírio-libanês, obstetra, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.
Ele também é mastologis­ta e membro titular do núcleo de mastologia do Hospital Sírioliban­ês. É diretor clínico da Clínica Souen, onde atende: www.clinicasou­en.com.br
ALEXANDRE PUPO Ginecologi­sta do Hospital Sírio-libanês, obstetra, membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Ele também é mastologis­ta e membro titular do núcleo de mastologia do Hospital Sírioliban­ês. É diretor clínico da Clínica Souen, onde atende: www.clinicasou­en.com.br

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