Ana Maria

“NADA DE USAR SÓ O QUE SERVE”

A modelo Débora Fernandes avalia a mudança do mercado de roupas plus size e defende: todas as mulheres, independen­temente da silhueta, têm o direito de poder escolher o que vestir

- Por: Tainá Goulart Fotos: Lukas San

Atrajetóri­a de mais de dez anos da modelo e influencia­dora digital Débora Fernandes passou por altos, médios e baixos, especialme­nte quando se trata da paixão pela moda plus size, sua atual fonte de renda. O principal motivo dessa montanha-russa profission­al: faz pouco tempo que pessoas fora do padrão possuem peças com informação fashion de qualidade disponívei­s nas lojas. “Em uma década de carreira, vejo uma mudança grande nesse mercado. Sim, foi de forma lenta, mas não podemos deixar de comemorar a mudança de comportame­nto da mulher, que está mais aberta para consumir moda, mais conectada, moderna e exigente”, revela ela.

ROUPAS QUE VALORIZAM AS CURVAS

A atuação intensa nas redes sociais, aliás, é uma de suas ‘bandeiras’ de amor-próprio e autocuidad­o. Em sua conta no Instagram @ deborafern­andesplus, com 115 mil seguidores, ela compartilh­a conhecimen­to. “As redes ajudaram muito nesse cresciment­o do plus size, pois as mulheres se sentem acolhidas por um mercado que nunca tinha olhado para elas antes. Surgiram muitas marcas para atender essa nova consumidor­a, que é jovem, empoderada e quer valorizar suas curvas sem se preocupar com as regras impostas”, avalia. E, para quem pensa que postar looks e/ ou fotografar campanhas de moda seja algo fútil ou sem importânci­a, a influencer pondera: “Por trás de um look do dia tem muito mais do que moda. Tem representa­tividade, confiança e autoestima. Recebo mensagem todos os dias das minhas seguidoras, que comentam sobre como a moda plus size tem impactado a vida delas”, conta.

ESTILOS DIFERENTES

No Instagram, as seguidoras participam do dia a dia de Débora e acompanham o seu trabalho. Para a influencia­dora, é incrível ver que a relação que cultiva com o próprio corpo e com a moda inspira outras mulheres. “O termo plus size é para segmentar o mercado fashion, não existe conotação negativa. E, mesmo com tantos avanços, precisamos profission­alizar mais esse universo, a produção”, confronta. E ela continua: “Antes, a moda para esse segmento era feita para um único perfil de público e, agora, nós temos diferentes estilos. A mulher já se conhece mais e sabe o que quer usar ou não. Então, é importante para as marcas conhecerem seu estilo, investirem em pesquisa de tendência, de consumo e, principalm­ente, conversare­m com seu público por meio das redes sociais. Trabalhar com moda plus size é muito mais do que falar de moda, é dar acesso à mulher que só usava o que servia”.

NADA DE COMPARAÇÃO

Um mantra para Débora? Se olhar mais no espelho com carinho e valorizar a história que está naquela imagem.

Com isso, o tal do amor-próprio reconhece que o seu valor e beleza estão além da estética. “Não se compare com outras pessoas, cada uma tem sua particular­idade, seu tempo.

Olhe para você e se ame o suficiente para se blindar dos olhares alheios. Não é uma tarefa fácil, é um exercício diário de se respeitar mais, realizar mais coisas que te fazem bem e reconhecer que você pode ser e usar o que realmente quiser”, finaliza Débora.

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