Ana Maria

LICOES DE LUISA MELL PARA SALVAR O PLANETA

Os ensinament­os da ativista sobre responsabi­lidade social e o convívio harmonioso entre todos os seres

- Lígia Menezes

ADOÇÃO E GRATIDÃO

Desde fevereiro de 2015, Luisa trabalha com o Instituto Luisa Mell no

resgate de animais, tratamento e preparo deles para adoção. No livro Como os Animais Salvaram Minha Vida (Ed. Globo Livros, R$ 24), ela conta sua trajetória e como o amor

pelos bichos a tirou da depressão. “Ter um animal é conhecer o amor incondicio­nal, não dá para transmitir em palavras o quanto é maravilhos­o. Um animal resgatado, que sofreu, tem uma gratidão que nos ensina muito”, diz.

MUDANÇA DE LEI

Com pequenos passos, é possível conquistar direitos. Luisa já ajudou a divulgar e, inclusive, participou ativamente de várias transforma­ções em projetos de lei a favor da causa animal. A vitória mais recente foi a aprovação do PLC 27/2018, em que os animais não podem mais ser considerad­os objetos. Hoje, são reconhecid­os como seres sencientes, ou seja, dotados de emoções.

É POSSÍVEL VIVER (BEM NUTRIDA) SEM COMER NADA DE ORIGEM ANIMAL

Vegana, Luisa ensina sobre esse estilo de vida a seus seguidores – e conta que seus exames nunca estiveram melhores. “A transição precisa ser natural. Primeiro, começar a aprender a comer outras coisas porque nosso paladar é viciado desde a infância. Ao pensar que é difícil, lembre de como é sacrifican­te para os animais, assista a documentár­ios, se informe”, diz.

GESTAÇÃO VEGANA E UM FILHO VEGANO SAUDÁVEIS

Há quatro anos, nasceu Enzo, fruto de uma gestação vegana, supersaudá­vel – e que segue o mesmo estilo de vida da mãe. “Ele nasceu com 40 semanas, superforte e saudável. Sempre foi o maior da família, primeiro a andar, primeiro a falar”, gaba-se. Mas, claro, a gravidez vegana, como qualquer outra, precisa ser acompanhad­a pelo médico.

BICHO NÃO É ENTRETENIM­ENTO

Luisa deu um aquário virtual para o filho, sem sequer um animal de verdade, só imagens holográfic­as. Já participou também do resgate de uma ursa que vivia entre circos e zoológicos, considerad­a a “ursa mais triste do mundo”. “A sociedade começa a enxergar questões antes não vistas. Quando eu era criança, achava legal ir ao circo ver os animais. Hoje, sabemos que eles são treinados com chapas fervendo. A ciência constatou que os animais sofrem. Que direito temos de enjaulá-los?”, questiona.

COMPRA DE ANIMAIS E MAUS-TRATOS

Em 2018 e 2019, Luisa entrou em canis e resgatou mais de 2 mil animais em situação precária de saúde, principalm­ente as fêmeas matrizes, usadas como procriador­as. Ela defende que a compra de animais contribui para maus-tratos, seja na procriação ou no cruzamento

de raças. No sistema capitalist­a, diminuir custos pra ter mais lucro é a ordem do dia. Quando a mercadoria é um ser vivo, é complicado, pois ele fica doente, precisa de afeto, passeio. Nos criadouros, os bichos vivem em gaiolas, procriam sem parar, para que as pessoas tenham uma tal raça de cachorro. É antiético!”, diz. “Hoje, muitas raças são procriadas pela estética e caracterís­ticas viraram deformidad­es. Animais com focinho curto, por exemplo, não conseguem respirar direito. As pessoas precisam reavaliar e ver se isso é amar os animais.”

INFLUÊNCIA E BOAS ESCOLHAS

Nossas palavras e ações podem inspirar pessoas à volta. Após passar a virada do ano de 2018 para 2019 com Luisa, a cantora Anitta se declarou vegana. Luisa também conta relatos de seguidores que deixaram de comer carne e seguem rumo ao veganismo. “Até a ex-professora do Enzo e sua babá deixaram de comer carne por causa do convívio com ela e o acesso a informaçõe­s”, conta.

ATITUDE POSITIVA MUDA TUDO!

Nos programas e entrevista­s de que participa, Luisa é sabatinada e, muitas vezes, sofre com a ironia das pessoas que não entendem seu estilo de vida. Mas ela persiste com atitude positiva, um sorriso no rosto e muita paciência para explicar várias vezes a mesma coisa. E, assim, faz sua voz chegar mais longe.

LINDA COM PRODUTOS NÃO TESTADOS EM ANIMAIS

Em 2013, Luisa chamou atenção ao invadir, junto a outros 100 ativistas, o Instituto Royal e libertar 178 cães da raça Beagle, 7 coelhos e 200 ratos que sofriam testes para o comércio de cosméticos. Centenas de marcas surgiram com o slogan “sem crueldade animal”. Luisa, que só adquire makes e cosméticos assim, virou embaixador­a da loja on-line Beleza Pura (https://belezapura­store. com), que vende apenas produtos veganos e cruelty free.

COEXISTÊNC­IA

“A pecuária é a principal causa de destruição da floresta e da extinção em massa das espécies – 50% dos grãos plantados são destinados a alimentar os animais que servirão de consumo. Se, em vez disso, fossem dados às pessoas, não

teríamos fome no mundo”, alega a ativista.

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