Ana Maria

Façamos de hoje um dia de MEMÓRIA

Agindo assim, compreende­mos que nesta grande história, na moldura de Deus e de Jesus, está a história de cada um de nós

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Todo cristão deveria dedicar um dia a reler a sua história pessoal inserindo-a na história de um povo: ‘Não estou sozinho, sou um povo sonhado por Deus’. Hoje nos fará bem pensar no nosso pai Abraão. Antes de tudo, ele obedeceu quando foi chamado para ir à outra terra que teria recebido como herança. Ou seja, ele confiou. Obedeceu. E partiu sem saber para onde. Portanto, foi um homem de fé, de esperança.”

Com 100 anos e com a esposa estéril, Abraão confiou quando lhe foi dito que teria tido um filho. Ele então acreditou contra toda a esperança. Este é o nosso pai. Se alguém tentasse descrever a vida de Abraão, poderia até dizer: ‘Ele é um sonhador’. Mas atenção: Abraão não era apenas um sonhador, um louco, o seu era o sonho da esperança. E lá foi ele.”

Posto à prova, quando o flho se tornou adolescent­e, foi-lhe pedido que o oferecesse em sacrifício: ele obedeceu e foi em frente. Eis quem é o nosso pai Abraão: alguém que vai em frente. No Evangelho, Jesus diz: ‘Abraão exultou na esperança de ver o meu dia; viu-o e ficou cheio de alegria’.”

A grandeza do patriarca foi fundada num pacto com Deus. Por parte de Abraão, houve a obediência. Por parte de Deus, uma promessa cumprida: ‘Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: se tornará pai de uma multidão de nações. Já não te chamarás Abrão, mas Abraão, por seres pai de uma multidão de nações. E ele acreditou.”

Ele teve a alegria de ver a plenitude da promessa da aliança, a alegria de ver que Deus não o tinha enganado, que Deus é sempre fiel à sua aliança. Todos os cristãos são estirpe de Abraão. Como quando pensamos no nosso pai que faleceu: lembrar-se do pai, das coisas boas do pai. Assim podemos recordar também quanto era grande o nosso pai Abraão.”

Hoje, em obediência ao convite da Igreja, podemos dizer com verdade: ‘Eu sou uma daquelas estrelas. Sou um grão de areia’. Mas o vínculo com Abraão não esgota a identidade cristã: ‘Somos filhos de Abraão, mas antes de Abraão há outro Pai. E antes de nós há outro Filho. E na nossa história, entre o nosso pai Abraão e nós, há outra: a do Pai dos Céus e de Jesus.”

A PALAVRA DO FRANCISCO O conteúdo desta página é extraído da missa que o Santo Padre celebra toda manhã na Casa Santa Marta, nas dependênci­as do Estado do Vaticano.

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