TERRA EM TRANSE
Em abril de 1967, o filme foi proibido em todo o território nacional, por ser considerado subversivo e irreverente com a Igreja e só foi liberado com a condição de que fosse dado um nome ao padre interpretado por Jofre Soares. Porfirio Díaz foi o nome de um ditador que governou o México por 31 anos. Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. O filme esteve proibido pela censura fascista portuguesa até 1974.
Foi com “Terra em Transe” que se tornou reconhecido, conquistando o Prêmio da Crítica do Festival de Cannes, o Prêmio Luis Buñuel na Espanha, o Grande Prêmio do Júri da Juventude de Melhor Filme do Festival Internacional de Cinema de Locarno, e o Golfinho de Ouro de melhor filme do ano, no Rio de Janeiro. Outro filme premiado de Glauber foi “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, prêmio de melhor direção no Festival de Cannes e, outra vez, o Prêmio Luiz Buñuel na Espanha.
O filme pode ser lido como uma grande parábola da história do Brasil no período 1960-66, na medida em que metaforiza em seus personagens diferentes tendências políticas presentes no Brasil no contexto. Realiza uma exaustiva crítica de todos aqueles que participaram desse processo, incluindo as diferentes correntes da chamada esquerda brasileira. Esse foi um dos motivos pelos quais foi tão mal recebido pela crítica e pelos intelectuais nacionais.