OS MISTÉRIOS DE CADA UM
No fim do ano passado, minha irmã foi visitar uma comuna italiana chamada Montemurro, na região da Basilicata, a cerca de 400 quilômetros de Roma. Embora tenha ido de férias, não era uma viagem qualquer: era um resgate às nossas origens. Foi de lá que meu bisavô paterno emigrou na virada do século 19 para o 20 rumo ao Brasil, pouco tempo depois do início do longo período de decadência dessa outrora importante e desenvolvida cidade (por volta de 1850, antes de ser atingida pelo terremoto que matou 4 mil pessoas, Montemurro era a quarta maior cidade da região). E foi lá, nessa viagem do ano passado, que minha irmã descobriu algo curioso: nosso sobrenome Duva, na verdade, era Duvo. Trocar as letras dos nomes, de fato, era muito comum nessas ondas de imigração, mas não tivemos como conter a emoção ao descobrir, enfim, essa genuína e pequena parte da nossa história. Aliás, é graças a essas incansáveis buscas por algum sentido – ou naturalmente por certo grau do acaso ou da curiosidade para desvendar mistérios de longa data – que seguimos em frente. Sem tudo isso, a História se perde.
Muito prazer e boa leitura!