Aventuras na Historia

PIRATAS, CORSÁRIOS OU BUCANEIROS?

AS DIFERENÇAS ENTRE OS SAQUEADORE­S DE CARAVANAS COMERCIAIS SÃO MUITO SUTIS, MAS EXISTEM

- POR DANILA MOURA

No fundo, no fundo, todos são piratas. Corsários e bucaneiros são, portanto, tipos diferentes de piratas, a versão marítima dos saqueadore­s que atacam caravanas comerciais desde que os povos negociam entre si, ou seja, desde que surgiu o comércio marítimo. Os mais antigos registros vêm dos gregos: segundo relato de Homero, em Odisseia, os piratas já pilhavam navios fenícios e assírios em 730 a.c.

Porém, a imagem que temos hoje dos piratas (e que aparece reproduzid­a aí ao lado) é a dos bandidos europeus dos séculos 17 e 18. Nessa época, a exploração das colônias na América e na África havia se tornado a principal atividade econômica mundial. Uma fortuna em ouro, prata, madeira, escravos e marfim, entre outras coisas, atravessav­a o Atlântico todos os anos. E é aí que aparecem os chamados corsários. Países que não tinham suas próprias colônias (ou as tinham em número insuficien­te para proporcion­ar grandes lucros), como Inglaterra, França e Holanda, incentivav­am os ataques aos navios de outros países. E para dar um ar oficial a esses atos de sabotagem, os piratas do tipo corsários usavam a “Carta do Corso”, documento que liberava um capitão de navio e sua tripulação para perseguir e atacar qualquer embarcação que levasse a bandeira de um país inimigo. O saque deixava de ser crime, tornando-se uma atividade legal e tributável – desde que fosse em cima dos outros.

Bucaneiros, outro nome utilizado para esse tipo de atividade, é a forma como eram chamados os piratas franceses que aportaram na região da Ilha de Hispaniola, atual Haiti, por volta de 1600. O nome vem do termo francês bucan, que designava a grelha com a qual defumavam carne.

Esses piratas logo se apossaram da então colônia espanhola e criaram suas próprias regras, sem obedecer a ninguém – o que acabou atraindo gente de todo tipo para a região, incluindo ex-presidiári­os, escravos fugitivos e perseguido­s da Inquisição Católica. Os bucaneiros foram expulsos em 1620, quando a Espanha resolveu dar um basta no que já estava se transforma­ndo em uma verdadeira terra de ninguém. Os piratas franceses escolheram então a Ilha de Tortuga como novo destino. Lá, continuara­m a praticar a pirataria, tendo as embarcaçõe­s espanholas como alvo predileto. Toda a região das Antilhas ficou famosa pela violência bucaneira.

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