A GRATIDÃO DE REYNALDO GIANECCHINI PELA VIDA
O ATOR CONCRETIZA SONHO E RETORNA ÀS ORIGENS AO INAUGURAR PROJETO SOCIAL EM BIRIGUI
Em sua arte, ele já contabiliza quase 20 anos de uma carreira bem sucedida na TV, nos palcos e nos cinemas. Na esfera pessoal, a maturidade, a sabedoria, além da vitória sobre difíceis batalhas que a vida lhe impôs — como a luta contra um câncer, em 2012 —, o fizeram rever suas prioridades e o conduziram para aquilo que ele define como sendo “sua melhor fase”. Definitivamente, Reynaldo Gianecchini (46) tem motivos de sobra para celebrar a vida. E não há maneira mais genuína de se comemorar do que agradecendo e retribuindo! Em Birigui, no interior de SP, sua cidade natal, o astro, sucesso como Régis na global das 9, A Dona do Pedaço, inaugurou o Centro de Apoio Prof. Reynaldo Gianecchini, projeto em homenagem ao seu pai, seu homônimo, que faleceu em 2011, e que tem como objetivo promover o desenvolvimento humano de crianças, adolescentes e idosos. “O projeto é um sonho antigo. Queria ajudar o pessoal da minha terra, pois
“A minha natureza é, de certa forma, solitária.”
sempre achei o interior um solo fértil, mas muito carente de informação e de recursos. Quando estava em meu tratamento de câncer, recebi muito amor e senti uma corrente de solidariedade muito forte. Senti, a partir dali, a necessidade de me comprometer mais com as causas sociais”, explica o dono de um dos mais belos sorrisos da TV brasileira.
Dono do título de galã, Giane prefere usar seu reconhecimento e imagem pública para fazer o bem. “Apesar de achar bacana, o rótulo de galã não deve ser levado tão a sério, nem pensado como absoluto, pois não define quem você é. O que sinto mesmo é um dever de usar este poder de comunicação para poder chamar a atenção das pessoas para as causas sociais”, frisa ele, com a mãe, Dona Heloisa (76), e as irmãs, Claudia (51) e Roberta (49). “Minhas prioridades têm mudado nos últimos tempos, principalmente por conta da maturidade. Acho que quando você é jovem está muito focado no próprio umbigo”, assegura ele, com voz calma e orgulhoso da nova jornada.
O período de calmaria e segurança tem reflexos no coração. “Solteiríssimo”, como ele mesmo diz, Giane é taxativo: “Minha natureza é, de certa forma, solitária. Aprendi desde sempre a ficar muito bem comigo mesmo, eu me faço uma ótima companhia”, assegura ele.
– Lutar contra o câncer lhe inspirou no projeto. Que lição aprendeu com essa batalha?
– A grande lição é que estou entendendo a necessidade de troca. A gente está neste mundo para trocar com as pessoas. Não dá para pensar em harmonia se o entorno não esta harmônico. A gente tem de se ligar ao próximo e ajudar.
– Você disse que a maturidade lhe trouxe um novo olhar. Como encara esse processo?
– A natureza é sabia, ela faz você ir mudando o corpo e a mente na hora que precisa. Quando a
“O projeto é um sonho antigo. Queria ajudar o pessoal da minha terra.”
gente é jovem, se liga em coisas que são importantes naquele momento, estamos formando nosso ego... Depois, lá na frente, a natureza vai fazendo de tudo para você quebrar esta busca do ego. Você vai aprendendo através do processo de envelhecimento.
– Teve crises de idade?
– Não enfrentei nenhuma crise, aliás, estou em minha melhor fase! É preciso encarar toda fase com a beleza que ela tem para ofere- cer. Não dá para ficar tentando reviver uma década que já passou e que você não correspon- de nem àquele corpo, nem àquela mente.
– Não voltaria no tempo? – Meus 20, 30 anos foram ótimos... Mas não tenho saudade nenhuma, pois gosto da maturidade que conquistei, da minha tranquilidade e de ter perdido toda aquela ansiedade dos jovens. Foram fases legais, mas não há saudade.
– Como lida com a vaidade? – Gosto de me cuidar, aliás, acho que a gente tem de se cuidar mesmo! Por uma questão de saúde e por uma questão de se gostar e ficar bem consigo mesmo, mas não faço nada excessivo.
– O assédio do público mudou ao longo desses anos?
– A abordagem é diferente de quando estreei. Quando você é jovem, o público quer consumir esta juventude, há frescor. Hoje, já não sou a novidade, apesar do assédio quando se está na TV. Aprendi a me preservar, privar pelo meu espaço e a ter mais paciência para atender as pessoas.
– Vida a dois é possível?
– Acredito nas relações e acho casamento algo lindo. Tudo pode acontecer, mas, no meu caso, faz tempo que não acontece. É preciso encontrar alguém que faça valer a pena abdicar da solteirice. O que falta é achar esta pessoa.
– E quanto à paternidade?
– Ainda não senti a necessidade de ser pai e não tenho ansiedade com esta questão. Vai acontecer se for o momento certo e com a parceira certa. E, se não acontecer, está tudo bem também! O
“Acredito nas relações e acho casamento algo lindo. O que falta é achar esta pessoa.”