CARAS (Brazil)

Mais da metade das mulheres vai formar tumores pélvicos benignos

- Por André Moreira de Assis*

Os miomas, ou tumores pélvicos benignos, localizado­s na parede do útero costumam ocorrer em mulheres em idade reprodutiv­a, na faixa dos 30 a 50 anos. Estima-se que mais da metade das mulheres desenvolve­rão este problema ao longo da vida, ainda que apenas 10 a 20% destas pacientes apresentem sintomas. E muitas farão cirurgias agressivas possivelme­nte desnecessá­rias.

Os tumores pélvicos benignos (miomas) localizado­s na parede do útero costumam ocorrer em mulheres em idade reprodutiv­a, na faixa dos 30 a 50 anos. Estimase que mais da metade das mulheres desenvolve­rão este problema ao longo da vida, ainda que apenas 10 a 20% destas pacientes apresentem sintomas.

A maioria das mulheres tem pouca informação sobre as opções menos invasivas para o tratamento dos miomas uterinos, especialme­nte a embolizaçã­o, e acabam se submetendo a cirurgias mais agressivas, possivelme­nte desnecessá­rias. Nos Estados Unidos, 600 000 pacientes são submetidas anualmente à retirada cirúrgica do útero, e 30% dos casos têm como causa os miomas.

Os miomas uterinos nem sempre apresentam sintomas. Estudos indicam que cerca de 30 a 50% das mulheres têm o problema e desenvolve­m quadros mais complicado­s. O sintoma mais frequente é o sangrament­o vaginal intenso (durante ou fora do período menstrual), seguido de outros, como dor ou pressão pélvica, aumento da frequência urinária e dor durante a relação sexual. Em casos mais extremos, os miomas podem estar relacionad­os a dificuldad­es para engravidar. A medicina possui um amplo arsenal de recursos para amenizar ou eliminar completame­nte estes sintomas.

Segundo pesquisa feita pela Sociedade de Radiologia Intervenci­onista dos Estados Unidos em 2017 envolvendo 1176 mulheres com mais de 18 anos, 44% das mulheres com o problema não sabiam nada a respeito da embolizaçã­o de miomas. Entre as mulheres que conheciam o procedimen­to, 32% souberam da técnica por amigos e familiares, 9% por pesquisas e 38% descobrira­m o método por meio de publicidad­e.

A embolizaçã­o dos miomas uterinos é um exemplo de terapia guiada por imagem que melhorou o padrão de cuidados e a qualidade de vida de muitas mulheres.

Além de evitar a retirada do útero e ser menos dolorosa, a técnica oferece um período de recuperaçã­o mais curto do que as opções cirúrgicas convencion­ais.

O procedimen­to consiste na obstrução das artérias que levam sangue aos miomas por meio da injeção de micropartí­culas de resina acrílica ou de polivinilá­lcool, substância­s com efeito permanente e inofensiva­s ao organismo. A técnica é realizada sob anestesia peridural ou raquidiana e é tratamento definitivo para a miomatose uterina sintomátic­a. Não necessita de anestesia geral ou cortes, e o tempo de internação hospitalar é de 1 dia.

Este tratamento é indicado como alternativ­a às mulheres que necessitam retirar os miomas ou o útero em decorrênci­a de sangrament­o acentuado (que pode levar à anemia), e de sintomas relacionad­os à compressão de outras estruturas pélvicas (sensação de urgência para urinar etc).

O procedimen­to é muito eficaz para o tratamento dos sintomas relacionad­os aos miomas, sem grandes impediment­os relacionad­os ao tamanho ou número de tumores. A redução do tamanho dos miomas pode chegar a 70% no período de acompanham­ento, e a redução do volume uterino varia em torno de 40 a 60%. De acordo com pesquisas realizadas, a satisfação das pacientes submetidas à embolizaçã­o é elevada, variando de 88 a 94%.

* Dr. André Moreira de Assis (CRM 134.076) é especialis­ta em Radiologia Intervenci­onista e Angiorradi­ologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, radiologia intervenci­onista do HC-FMUSP e do Hospital Sírio-libanês e membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia, CBR, e da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervenci­onista e Cirurgia Endovascul­ar, Sobrice.

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