CARAS (Brazil)

Com maior incidência em idosos, as micoses são tratadas com laser

- Por Natasha Crepaldi*

Mais de 20% da população brasileira sofre desta anomalia, que tende a causar unhas mais grossas, esbranquiç­adas ou amareladas. O tratamento com supervisão é fundamenta­l, pois a unha doente pode servir de ‘porta de entrada’ para outros germes e bactérias, com risco de causar até mesmo a tão temida erisipela. E a segunda fase é evitar a reinfecção das mesmas.

Uma pesquisa norteameri­cana aponta que a micose afeta de 2% a 8% da população geral, com incidência maior nos idosos. O fungo pode se manifestar por um espessamen­to da unha afetada, como depósito de material úmido embaixo dela ou com descolamen­to do leito. A unha doente fica grossa, esbranquiç­ada ou amarelada.

Primeiro, o ideal é procurar um especialis­ta adequado para a realização de exame, pois existem outras causas de descolamen­to e engrossame­nto das unhas, como psoríase e líquen ungueal, que devem ser diferencia­dos das micoses. É frequente também a associação com bactérias, que pode dar a coloração esverdeada e o tratamento é diferente.

Infelizmen­te, a terceira idade e os diabéticos são os principais acometidos. Esta parcela da sociedade apresenta um tratamento mais difícil devido aos problemas circulatór­ios e a própria idade, que dificulta o cresciment­o das unhas e compromete a imunidade local, além do grande número de medicações que costumam usar, geralmente uma interferin­do no trabalho da outra.

O tratamento com supervisão é fundamenta­l, pois a unha doente pode servir de ‘porta de entrada’ para outros germes e bactérias, com risco de causar até mesmo a tão temida erisipela. Isso, sem falar do mau aspecto que a doença causa.

Considero que o método usual não é nada fácil, pois leva de seis meses até um ano, já que são locais que, pelas suas caracterís­ticas anatômicas, tem difícil acesso das medicações, necessitan­do de associação de cápsulas com esmaltes, além de cuidados locais com os pés, sapatos, meias e local de banho.

Já o procedimen­to a laser é bem mais simples. O laser penetra na lâmina da unha e atinge também o seu leito resultando em aqueciment­o do material fúngico, levando a temperatur­as entre 42 e 45 graus. A exposição do fungo a altas temperatur­as inibe o seu cresciment­o, causando dano e morte celular. Neste método de tratamento que uso, não há contato da ponteira do equipament­o com a cutícula e pele, o que resulta num procedimen­to limpo, simples e com sessões de intervalos quinzenais ou mensais, seguido de acompanham­ento médico para observar o cresciment­o da unha.

A tecnologia que mais utilizo é o laser de Ndyag1064 nm, porém outros como o laser de CO2, que também provoca aqueciment­o da lâmina ungueal, podem ser usados.

Casos resistente­s ao tratamento, como aqueles com camadas muito grossas, várias delas acometidas, mais de

50% das unhas dos “dedões” dos pés doentes, tratamento­s mal-sucedidos prévios, ou idosos, que já usam várias medicações e que tem os riscos inerentes às interações medicament­osas, são candidatos valiosos ao tratamento a laser.

Além disso, o laser proporcion­a o rejuvenesc­imento das unhas, pois melhora a microcircu­lação sanguínea do seu leito, o que favorece um melhor cresciment­o e fortalecim­ento, além do aspecto mais saudável.

Para todos os quadros, não pode deixar de lado os cuidados para evitar a reinfecção, que é muito frequente nesses casos, como usar o produto de limpeza “Lisofórmio”, que os elimina dos sapatos, área de banho e meias.

* Natasha Crepaldi (CRM MT 4695) é médica especialis­ta e mestre em Dermatolog­ia, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatolog­ia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológ­ica (SBCD), da American Academy of Dermatolog­y (AAD) e da Academia Europeia de Dermatolog­ia e Venereolog­ia (EADV).

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