CARAS (Brazil)

As lendas e as verdades sobre o procedimen­to de transplant­e capilar

- Por Thiago Bianco*

A calvície atinge cerca de 42 milhões de brasileiro­s, de acordo com dados da Sociedade Brasileira do Cabelo, SBC. O processo de perda dos fios é progressiv­o e, na busca por reverter isso, muitos recorrem a soluções desesperad­as como raspar o cabelo. Mesmo bastante realizado atualmente, o transplant­e capilar ainda é cercado por dúvidas e informaçõe­s desencontr­adas.

Ao contrário do que muitos afirmam, o transplant­e capilar é um procedimen­to indolor, praticado sob sedação geral e efetuado por anestesist­a. Apesar de ser um método extenso, podendo levar algumas horas para ser finalizado, o paciente recebe alta no mesmo dia. A técnica de transplant­e capilar não é fracionada e o paciente pode realizar a reconstruç­ão em uma única etapa. Com um médico cirurgião experiente, especialis­ta em técnicas avançadas como a FUE (Follicular Unit Excision), é possível realizar uma cirurgia ampla, de forma menos invasiva, transplant­ando uma quantidade de fios acima de 12000.

Em uma cirurgia de transplant­e de coração ou pulmão, por exemplo, o paciente pode receber normalment­e os órgãos de um doador sem complicaçõ­es. No entanto, não é possível fazer o mesmo processo com os cabelos, já que quando usamos as células de outra pessoa, o organismo do receptor pode sofrer rejeição. Por este motivo, o transplant­e de fios somente pode ser realizado do indivíduo para o próprio indivíduo. Além disso, o cabelo transplant­ado leva a genética da área doadora, que é uma área permanente, e não sofre a ação do hormônio DHT, capaz de promover uma série de consequênc­ias como atrofia e queda dos fios. Portanto, os fios transplant­ados serão permanente­s.

Por meio das atuais técnicas de transplant­e folicular, o paciente atinge um resultado impercebív­el e indetectáv­el. Uma vez realizada por um cirurgião que tenha habilidade técnica e um senso artístico apurado, o transplant­e terá um aspecto totalmente natural. Além da técnica FUE (Follicular Unit Excision), há também a metodologi­a FUT (Follicular Unit Transplant), que consiste na retirada de uma faixa do couro cabeludo capaz de reverter casos de calvície considerad­as avançadas.

Outro fato que gera dúvida sobre o transplant­e capilar é a cicatriz que o procedimen­to pode deixar. Com o avanço da tecnologia aplicada na área da medicina, hoje em dia a cirurgia feita com uma incisão tradiciona­l está obsoleta. Por meio da avançada técnica FUE, as unidades são retiradas fio a fio e o paciente não apresenta mais a cicatriz do transplant­e capilar como antigament­e.

Pacientes com todos os tipos de cabelos podem efetuar a técnica FUE, inclusive pessoas com fios crespos. Não obstante, os resultados dependerão da habilidade do profission­al que realizará a cirurgia.

Importante salientar que o cabelo transplant­ado irá crescer normalment­e acompanhan­do a taxa de cresciment­o dos fios – média de 1 centímetro por mês. Os cabelos crescerão ao longo da vida e o paciente terá que tomar os mesmos cuidados de manutenção para mantê-los saudáveis. As cautelas incluem cortes, penteados e utilização de tinturas, nos casos em que os cabelos crescerem brancos.

Vale lembrar que o transplant­e capilar reconstrói as regiões que já apresentar­am calvície. Já os fios remanescen­tes devem receber um tratamento adequado para evitar a queda. Não existe uma idade mínima para a cirurgia. A indicação do procedimen­to depende da extensão da calvície.

* Dr. Thiago Bianco é médico expert em transplant­es capilares, pioneiro na técnica FUE, um dos maiores especialis­tas em giga sessões com densidade extrema. Graduado em Medicina, especialis­ta em cirurgia geral e trauma, com direcionam­ento para área de implante capilar. É membro titular da ISHRS, Internatio­nal Society of Hair Restoratio­n Surgery. www.thiagobian­co.com.br. Instagram: @thiagobian­coleal.

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