As lendas e as verdades sobre o procedimento de transplante capilar
A calvície atinge cerca de 42 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Sociedade Brasileira do Cabelo, SBC. O processo de perda dos fios é progressivo e, na busca por reverter isso, muitos recorrem a soluções desesperadas como raspar o cabelo. Mesmo bastante realizado atualmente, o transplante capilar ainda é cercado por dúvidas e informações desencontradas.
Ao contrário do que muitos afirmam, o transplante capilar é um procedimento indolor, praticado sob sedação geral e efetuado por anestesista. Apesar de ser um método extenso, podendo levar algumas horas para ser finalizado, o paciente recebe alta no mesmo dia. A técnica de transplante capilar não é fracionada e o paciente pode realizar a reconstrução em uma única etapa. Com um médico cirurgião experiente, especialista em técnicas avançadas como a FUE (Follicular Unit Excision), é possível realizar uma cirurgia ampla, de forma menos invasiva, transplantando uma quantidade de fios acima de 12000.
Em uma cirurgia de transplante de coração ou pulmão, por exemplo, o paciente pode receber normalmente os órgãos de um doador sem complicações. No entanto, não é possível fazer o mesmo processo com os cabelos, já que quando usamos as células de outra pessoa, o organismo do receptor pode sofrer rejeição. Por este motivo, o transplante de fios somente pode ser realizado do indivíduo para o próprio indivíduo. Além disso, o cabelo transplantado leva a genética da área doadora, que é uma área permanente, e não sofre a ação do hormônio DHT, capaz de promover uma série de consequências como atrofia e queda dos fios. Portanto, os fios transplantados serão permanentes.
Por meio das atuais técnicas de transplante folicular, o paciente atinge um resultado impercebível e indetectável. Uma vez realizada por um cirurgião que tenha habilidade técnica e um senso artístico apurado, o transplante terá um aspecto totalmente natural. Além da técnica FUE (Follicular Unit Excision), há também a metodologia FUT (Follicular Unit Transplant), que consiste na retirada de uma faixa do couro cabeludo capaz de reverter casos de calvície consideradas avançadas.
Outro fato que gera dúvida sobre o transplante capilar é a cicatriz que o procedimento pode deixar. Com o avanço da tecnologia aplicada na área da medicina, hoje em dia a cirurgia feita com uma incisão tradicional está obsoleta. Por meio da avançada técnica FUE, as unidades são retiradas fio a fio e o paciente não apresenta mais a cicatriz do transplante capilar como antigamente.
Pacientes com todos os tipos de cabelos podem efetuar a técnica FUE, inclusive pessoas com fios crespos. Não obstante, os resultados dependerão da habilidade do profissional que realizará a cirurgia.
Importante salientar que o cabelo transplantado irá crescer normalmente acompanhando a taxa de crescimento dos fios – média de 1 centímetro por mês. Os cabelos crescerão ao longo da vida e o paciente terá que tomar os mesmos cuidados de manutenção para mantê-los saudáveis. As cautelas incluem cortes, penteados e utilização de tinturas, nos casos em que os cabelos crescerem brancos.
Vale lembrar que o transplante capilar reconstrói as regiões que já apresentaram calvície. Já os fios remanescentes devem receber um tratamento adequado para evitar a queda. Não existe uma idade mínima para a cirurgia. A indicação do procedimento depende da extensão da calvície.
* Dr. Thiago Bianco é médico expert em transplantes capilares, pioneiro na técnica FUE, um dos maiores especialistas em giga sessões com densidade extrema. Graduado em Medicina, especialista em cirurgia geral e trauma, com direcionamento para área de implante capilar. É membro titular da ISHRS, International Society of Hair Restoration Surgery. www.thiagobianco.com.br. Instagram: @thiagobiancoleal.