FICCÃO DESLUMBRA EM MEIOAO CAOS
FESTIVAL DE CINEMA DE ROMA TRAZ À TONA EMOÇÃO E FORTES NOMES
Mesmo em meio às medidas mais restritivas para tentar conter o avanço da pandemia do novo coronavírus na Europa, a cidade de Roma, na Itália, sediou um dos eventos mais aguardados entre a sétima arte: o Festival de Cinema de Roma. Realizada entre os dias 15 e 25 de outubro, a 15ª edição do evento aconteceu de forma diferente, com um número reduzido de exibições,
“Quis dar esperança às pessoas.”
(E. Afineevsky)
“Sem medo, precisamos voltar a viver a emoção.” (Milena Miconi)
respeitando o distanciamento físico e controlando a temperatura de todos os presentes. Algumas estrelas, inclusive, usaram máscara de proteção durante todo o período em que estiveram nas salas de projeção do Auditorium Parco della Musica e somente abriram mão do acessório para fotografar no red carpet. “Sem medo, mas com os cuidados necessários, precisamos voltar a viver a bela emoção de ir ao cinema e ao teatro”, declarou a atriz Milena
Miconi (48), que acompanhou a exibição de um filme do diretor espanhol Fernando Tuerba (65). Além dela, atrizes como Natalia Ryumina (36) e Stella Sabbadin (32) também saudaram o retorno às exibições. “Roma, esta cidade maravilhosa e complicada na qual escolhi viver. Uma cidade difícil, mas emocionante, como nenhuma outra no mundo. Uma cidade que me deu satisfação e que espero que me dê
“Uma cidade que me deu muita satisfação e espero outras mais.” (Stella Sabbadin)
“A mais corajosa edição de todos os tempos.” (N. Ryumina)
muitas mais”, declarou Stella, que surgiu deslumbrante em um modelo volumoso, assinado pela estilista Eleonora Lastrucci.
Presidente do festival, Laura Delli defendeu a realização do evento, ainda que sob medidas altamente restritivas. “Resolvemos homenagear o cinema impondo muitas regras de segurança e distanciamento e pedindo muitos sacrifícios. Um pacto com o público que ama o cinema, pelo cinema,
que tanto nos deu nestes tempos difíceis”, garantiu.
Durante o evento, o filme brasileiro Glauber, Claro fez sua estreia mundial. A obra, dirigida por César Meneghetti (56), aborda a experiência italiana do cineasta Glauber Rocha (1939–1981) e de seu filme Claro, de 1975, além de acontecimentos em seus anos de exílio. “Fizemos o documentário para registrar o seu pensamento visionário, que é atual até hoje. Sinto não
“Sinto não ter ido a Roma, mas é pela saúde.” (C. Meneghetti)
“É como um pacto com o público nestes tempos difíceis.” (Laura Delli)
ter ido a Roma e participar da estreia, mas é pela segurança da saúde de todos”, declarou Meneghetti.
Embora realizado com maestria e cuidados, apenas um dia após o fim do festival, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte (56), declarou novas medidas restritivas e impôs um novo fechamento de cinemas, teatros e salas de concerto em uma tentativa para conter nova onda de contaminação. Os locais funcionavam normalmente desde junho. O