PRONTO PARA UM RECOMECO
QUE CANTA, ÍDOLO DA MÚSICA MANTÉM PROJETOS
entre idas e vindas, Luan ainda quer se casar, formar família, ter filhos e netos. E isso, se depender dele, não deve demorar. “Sonhos não morrem, sonhos nos mantêm vivos, nos sustentam. Minha verdade é sempre calcada e se realiza com base nos meus sonhos”, diz. Em paralelo, o sul-mato-grossense trabalha em sua carreira internacional, começando pelo trabalho que foi fazer no México, e levanta bandeiras como a luta pela preservação e a recuperação do Pantanal. – Ainda acredita no amor? – Claro que acredito, sempre acreditei. Eu canto o amor, eu vivo o amor. A minha essência não acabou com um relacionamento, ela sempre será a mesma.
– Como passou a pandemia?
– Tenho vivido um período de tudo ao mesmo tempo. Esta é a máxima. Creio que nesta fase de pandemia, neste momento tão sensível pelo qual passa a humanidade, a gente fica com a mente pensando em tantas coisas... É como fala naquela música de Zeca Baleiro: “Eu me sinto tão à flor da pele”, que todo assunto me toca a alma. A criatividade vem à tona.
Einstein dizia que é na crise e nos momentos de adversidade que aflora o melhor de cada um, assim creio que a criatividade vem à tona.
– Foi por isso que decidiu passar uns dias no México? Precisava “esfriar” a cabeça?
– Fui encontrar com alguns produtores e músicos latinos. Cheguei acompanhado do meu produtor e de outros dois compositores aqui do Brasil e foi extremamente revigorante. São muitos meses em casa por conta da pandemia. Sair,
“Minha essência não acabou com um relacionamento. Ela continuará a mesma.”
ganhar novos ares, ajuda até na criatividade e inspiração.
– Você já conhecia o País? O que achou da cultura mexicana?
– Conhecia algumas coisas do México, mas nunca tinha ido a Tulum, que é um balneário incrível que fica a 1h30 de Cancún e os brasileiros só estão descobrindo agora. Tem um toque de misté- rio e muita história em tudo o que vemos lá. Aquele mar de turquesa me fascina e ficava pen- sando que tanta história os ventos de lá sopram. Pretendo voltar para entender um pouco mais sobre a civilização maia, presente em tudo. Começar um trabalho por Tulum já é um bom sinal: a cidade da aurora, de onde nasce o sol, o recomeço...
– Sente que é a chance de reorganizar algumas áreas da vida?
– Estou focado na minha carreira e em tudo o que posso fazer, como ser humano e formador de opinião consciente, para colaborar com um mundo melhor.
– Sendo sul-mato-grossense, como vê a situação do Pantanal?
– Trata-se de uma tragédia nacional, que atinge todos os biomas que o Brasil tem. Ver o nosso Pantanal assim deixa o peito em chama de desespero e vontade de transbordar em água e ir lá apagar. O Pantanal é a minha casa. É o lugar onde me sinto melhor em todo o mundo. Não existe pra mim lugar mais incrível que aquele... meu coração sangrou a cada notícia, imagem e animal sofrendo que eu vi nos últimos meses.
– O que faz para ajudar?
– Há três meses, tenho este projeto do Pantanal que dei na mão
“Estou focado em minha carreira e em tudo o que posso fazer como ser humano.”
do Flávio Melchioretto e do Pedro Cler — ele inclusive também foi para Campo Grande ter reunião com ONGS e empresas — para buscarem empresas que possam nos ajudar neste grito de alerta. E a gente vai ajudar, vai conseguir! É um contato tão forte com a natureza que você se sente em conexão direta com Deus. Quem sobrevoou e viu lá do alto diz que mais parecia uma cena de guerra, um filme de ficção ou um documentário sobre a Segunda Guerra. A minha equipe esteve lá, na semana passada, para visita técnica, e todos voltaram comovidos com o que viram. Não vamos permitir que este paraíso da Terra vire um cemitério de animais e de árvores. Vamos salvar o Pantanal! Voltei com muita garra para o Movimento o Pantanal Chama e quero contar com a ajuda de toda a mídia e dos meus fãs para esta causa tão nobre.
–Agora que os rumos mudaram, como serão os próximos anos de sua vida?
“Meu canto é um grito entre as cinzas do que um dia foi meu lar.”
– Não se trata de uma mudança de rumo. Se trata de ganhar a direção. É como se eu olhasse no espelho e algo respondesse: “sorria, olha sua liberdade aí...” Este ano, estou em busca de novos projetos. Acabei de voltar do México, onde fui me encontrar com produtores e compositores internacionais. Tenho um sonho de conquistar novos países, levando minha música para todos os cantos do mundo. Nos próximos 30 anos, quero ter alcançado todos os meus objetivos profissionais. Ter uma família, filhos, netos e continuar me superando, musicalmente, a cada ano, ao lado de meus fãs e público. A música tem de durar uma eternidade, e só com amor eterniza.
– Tem novidades vindo por aí? – Pretendo focar uma parte importante do meu tempo nos próximos meses neste trabalho lá fora... E tudo vai ser uma grande novidade... Assim espero. Penso também em um projeto para Natal, por ser uma data especial num ano tão difícil. Estar com a família e enaltecer o nosso bem mais sagrado tem de ser celebrado. Aguardem! O