CHARLES FAZ MERGULHO NAS RAÍZES GREGAS
PRÍNCIPE DE GALES E SUA CAMILLA VISITAM ATENAS APÓS CONFINAMENTO
Viajar sempre foi um gesto comum e protocolar na agenda dos membros da realeza britânica. No último ano, no entanto, fazer as malas e seguir rumo às tradicionais visitas oficiais de Estado se tornou algo proibido por conta da pandemia. Hoje, com a campanha de vacinação cada vez mais avançada na Inglaterra, os compromissos dos Windsors fora dos limites da fronteira voltam a ganhar espaço e o primeiro a se aventurar nessa empreitada foi o príncipe Charles (72) com sua eleita, Camilla Parker Bowles (73). O destino foi a capital grega, Atenas, onde eles participaram das celebrações do bicentenário da independência do país. “Ao sentir uma profunda conexão com a Grécia — suas paisagens, sua história e sua
“Sem a Grécia, nossas leis, nossas artes... não teriam florescido.” (Charles)
cultura — não estou sozinho. Há algo de sua essência em todos nós. Como fonte da civilização ocidental, o espírito da Grécia atravessa nossas sociedades e democracias. Sem ela, nossas leis, nossa arte, nosso modo de vida nunca teriam florescido como floresceram”, destacou o nobre, durante jantar com a presidente do país, Katerina Sakellaropoulou (64), e seu marido, Pavlos Kotsonis, na mansão presidencial.
A viagem de dois dias também reservou encontro com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis (53), e com o prefeito de Atenas, Kostas Bakoyannis (43), de quem Charles ganhou medalha por suas raízes com o país. “Vou usar esta medalha com muito prazer e orgulho, como algo que guardarei como resultado desta visita a Atenas, mas também por sua grande bondade e consideração para comigo depois de todos esses anos. Como eu disse, há três anos, quando estive aqui, sei que há um pouco de sangue grego fluindo em minhas veias, então, isso me faz lembrar das minhas conexões com este notável país”, exaltou Charles
que, de fato, tem descendência grega, já que seu pai, o príncipe Philip (99), nasceu na Grécia e foi expulso do país em 1922 durante um golpe, junto com seus pais, Andrew da Grécia e da Dinamarca (1882–1944) e a princesa Alice de Battenberg (1885–1969).
Em um claro aceno às cores da bandeira grega, a duquesa da Cornualha desfilou sóbrios modelitos
“A Grécia é a terra do meu avô e do nascimento do meu pai.” (Charles)
“É como se as coisas voltassem ao seu lugar.” (Camilla)
nas cores branco e azul e, assim como Charles, não dispensou o uso da máscara, mesmo já tendo sido imunizada. Segundo a nobre, eles tomaram doses da vacina da Astrazeneca, que recentemente teve seu uso suspenso em alguns países da Europa. “Confesso que odeio injeção. Fecho meus olhos para não ver o que está acontecendo”, contou Camilla, feliz em conseguir, aos poucos, retomar a rotina. “É como se as coisas voltassem ao seu lugar de origem”, enfatizou ela.
Primeiro na linha de sucessão ao trono britânico, Charles não escondeu a alegria de voltar à Grécia e afirmou se sentir em casa durante a viagem. “Eu e minha mulher não poderíamos estar mais felizes por estar de volta à Grécia, que há muito tempo ocupa lugar especial em meu coração. Afinal, a Grécia é a terra do meu avô e do nascimento de meu pai, quase cem anos atrás, no ano do centenário da independência grega. Assim como a história da Inglaterra e da Grécia estão intimamente ligadas, também o futuro estará!”, frisou o herdeiro da rainha Elizabeth II (94).
Reservado, Charles surpreendeu pela espontaneidade durante a visita oficial. “Os tempos têm sido duros e desafiadores. Quando a gente percebe que pode retomar a rotina, mesmo tomando todos os cuidados, se sente no controle da situação e de sua própria vida”, ressaltou ele, que no início do ano passado testou positivo para a Covid-19. O