Menopausa: a mudança de hábitos pode melhorar a qualidade de vida
Acompanhamento médico multidisciplinar e lifestyle mais saudável em conjunto com outras medidas é o caminho nesta fase, que determina o fim do período fértil da mulher. Apesar de não ser considerada uma doença, apresenta efeitos, como ondas de calor, insônia, secura vaginal e dor durante a relação sexual, que atrapalham o bem-estar e mexem com a autoestima.
Amenopausa é um processo natural do corpo feminino, pelo qual todas as mulheres passam e é marcada pelo fim do período fértil. Mas o que determina que a mulher chegou a essa fase? A Organização Mundial da Saúde, OMS, considera a menopausa na mulher após a ausência consecutiva da menstruação por 12 meses, o que normalmente ocorre entre os 45 e 55 anos. A idade média da menopausa na mulher brasileira é de 49 anos. Neste intervalo de tempo, após a última menstruação, o corpo feminino entra no climatério e a mulher sofre uma drástica queda de hormônios, como o estrogênio e a progesterona. A partir daí surgem sintomas e incômodos, entre eles, ondas de calor, secura vaginal, urgência miccional, pele seca, alterações de humor, lapsos de memória, ansiedade ou depressão e a redução de massa óssea — que pode ocasionar a osteoporose.
Segundo diretrizes da OMS, algumas dessas manifestações podem estar relacionadas ao estilo de vida. A prática de, pelo menos, 150 a 300 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana pode ajudar a aliviar as ondas de calor e reduzir o estresse, a ansiedade e as chances de desenvolver depressão. O motivo é a liberação da endorfina, substância neurotransmissora relacionada à sensação de prazer e bem-estar, que à noite se transforma em melatonina, o hormônio do sono.
Outra possibilidade para alívio dos sintomas nessa fase, em conjunto com outras sugestões para estimular a saúde e o bem-estar, é a reposição hormonal. Mas essa é uma medida que nem sempre cabe para todas. Antes de ser indicada, é preciso levar em consideração o estado de saúde da paciente, que vai muito além dos sintomas. Mulheres com histórico de câncer de mama, por exemplo, estão contraindicadas a esse tipo de tratamento. O caminho é sempre uma avaliação médica criteriosa, sob medida.
A queda hormonal do estrogênio também afeta a vagina. Ao contrário do que muitas pensam, não é um atrofiamento que ocorre na região, mas um afinamento e a falta de secreções que a deixam ressecada e tornam a relação sexual desagradável. A indicação para esses casos é o uso de hidratantes e lubrificantes prescritos pelo médico.
A perda de memória recente e a falta de concentração são queixas frequentes e podem ser desencadeadas pelo estresse. Segundo as recomendações da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, a Febrasgo/2017, é importante exercitar o cérebro. Invista em jogos de raciocínio e em leitura.
Ter uma alimentação saudável é outra medida a adotar. Outro ponto que vale destacar é a menopausa precoce, que afeta uma em cada cem mulheres com menos de 40 anos; e uma a cada 1000 mulheres com menos de 30 anos. A prevenção é sempre o melhor caminho e, graças ao avanço da tecnologia, é possível fazer o controle e antever a baixa reserva ovariana por meio de exames em clínicas e até em casa. Monitorar a reserva é essencial para entender a janela reprodutiva da mulher. As causas da menopausa precoce são diversas e podem estar ligadas tanto a questões genéticas, doenças autoimunes e outras, quanto ao estilo de vida sedentário. Ficar atenta aos sinais e fazer acompanhamento com ginecologista é o mais indicado para ter qualidade de vida em todas as fases.