Harmonização facial e a busca pelo equilíbrio entre a estética e a saúde
O envelhecimento transcende as questões estéticas, já que esse processo implica na perda estrutural que se estende dos ossos até a pele. Harmonizar pode ser equiparado a pintar a sua casa com uma tinta da moda. Por outro lado, reestruturar a face é compatível a reforçar as vigas dessa casa, transformando-a em algo mais resistente, seguro e dotado de beleza.
Em um cenário em que a busca pela juventude prolongada ganha destaque e a aceitação de nossa imagem torna-se fundamental, a questão premente que nos assola é: como nós escolheremos enfrentar todo o processo natural do envelhecimento? Diariamente, nós somos bombardeados por padrões de beleza que, muitas vezes, são ditados por modismos, convenções culturais e influências sociais. A interrogação que paira sobre nós é se o envelhecimento é uma questão estritamente estética ou se ele está intrinsecamente vinculado à nossa saúde física e emocional.
Como dermatologista especializada em envelhecimento e rejuvenescimento facial, acumulando quase duas décadas de experiência, sinto a necessidade de ressaltar que o processo de envelhecimento transcende a mera desarmonia estética da face. Do ponto de vista científico, envelhecer implica na perda estrutural que se estende desde os ossos até a pele. Este é um processo dinâmico e irreversível que afeta as cinco camadas que compõem a nossa face, comprometendo a estabilidade funcional necessária para realizar funções vitais, tais como movimentar-se, expressar emoções, enxergar e alimentar-se.
A complexidade tridimensional com a qual o envelhecimento afeta a nossa face levanta questionamentos pertinentes. Por que, então, a abordagem terapêutica, com frequência, se concentra apenas na busca da harmonia estética? Por que insistimos em criar rostos que seguem tendências da moda ou reproduzir em massa os ângulos esteticamente apelativos?
Ao enxergarmos a face através da lente da perda óssea, frouxidão dos ligamentos, queda da gordura e da perda de colágeno, devemos transcender a visão puramente estética. Nós estamos, na verdade, buscando restaurar a estabilidade de um rosto desestruturado pelo inexorável fluxo do tempo. Nosso propósito é reintroduzir mecanismos que auxiliem no desempenho eficaz de suas funções vitais, como a comunicação e a sobrevivência.
A técnica Duolift®, por exemplo, não se limita à busca da harmonia superficial. Ao reestruturar a face com o uso de injetáveis para um lift sem volume, ela visa proporcionar não apenas harmonia, mas também vitalidade atemporal e beleza clássica, que se manifesta nos detalhes singulares de cada rosto.
A abordagem terapêutica vai além do embelezamento. A técnica Duolift® busca devolver tração e sustentação aos pontos perdidos, reposicionando os tecidos que, ao longo do tempo, deslocaram-se de sua origem. O resultado é a recuperação não apenas da estética facial, mas também da saúde e da vitalidade do rosto como um todo.
Portanto, Duolift® não é só uma técnica estética; ela é uma proposta de reestruturação facial que visa não somente à beleza, mas também à saúde funcional. Seguindo o pensamento de Santo Agostinho, é a convergência indissociável entre o belo e o saudável que essa técnica procura alcançar.
Ao comparar a harmonização com a reestruturação, podemos traçar um paralelo interessante. Harmonizar pode ser equiparado a escolher pintar a casa com a tinta da moda. É uma abordagem que busca atender aos padrões estéticos do momento, muitas vezes fugazes. Por outro lado, reestruturar é comparável a reforçar vigas, reformar o gesso, transformando a casa em algo mais resistente, seguro e dotado de uma beleza que transcende as efemeridades das tendências de moda.
* Fernanda Aguirre (CRM - 5652) é dermatologista com especialização na Santa Casa do Rio de Janeiro e membro ativo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.