A artrose avança pelo mundo. Saiba como reduzir a progressão da doença
População mais idosa, obesidade, sedentarismo e exercícios físicos de alto impacto estão entre as principais razões para o avanço mundial da doença. Medidas simples e que fazem bem à saúde também ajudam a prevenir o desenvolvimento da artrose, que afeta principalmente articulações dos joelhos, quadris, mãos, coluna, pés e ombro. Para casos mais graves é indicada a cirurgia, que pode ser desde um procedimento de artroscopia até as chamadas osteotomias.
Os casos de artrose seguem em alta por todo mundo. Essa é uma doença crônica degenerativa, que acomete a cartilagem articular, sendo causada pela sua degeneração, e o osso imediatamente abaixo da cartilagem, chamado de osso subcondral. Mais comum entre mulheres, é considerada uma doença ligada ao envelhecimento e/ou uso excessivo da articulação. A articulação mais afetada é a do joelho, mas a doença também atinge quadris, mãos, a coluna vertebral, os pés e os ombros.
Os casos seguem em alta basicamente por quatro fatores: as pessoas estão vivendo mais, ou seja, a população tem se tornado mais idosa; a obesidade tem aumentado muito sua incidência e ela é um fator predisponente importante para a artrose; o aumento da prática de atividades físicas de impacto; e o aumento do sedentarismo.
No entanto, pessoas mais jovens também estão desenvolvendo artrose por causa do aumento da prática de atividades físicas de impacto e pelo aumento da incidência de obesidade entre a população mais jovem.
É possível prevenir danos à articulação por meio de medidas que a protejam, tais como: a manutenção do peso corporal adequado, o condicionamento físico ou fortalecimento muscular, além de evitar o uso excessivo das articulações, bem como torções ou traumas.
Sempre oriento que as principais atividades físicas que podem proteger as articulações e diminuir o avanço da artrose são a musculação ou fortalecimento e as aeróbicas, sem impacto ou de baixo impacto, como bicicleta e natação.
A ajuda médica deve ser buscada quando ocorre aparecimento de sintomas, como dor persistente, limitação de movimentos e inchaços de repetição. Dietas apropriadas também são recomendadas assim como a perda de peso. Eu também indico a fisioterapia, fundamental em qualquer uma dessas fases com os seguintes objetivos: controle da dor, manutenção do movimento e fortalecimento.
Os tratamentos em geral variam de acordo com a gravidade da doença. Casos leves e moderados estão voltados para o controle da dor, para a melhora da mobilidade e manutenção dos movimentos. Aqui, eu indico as medicações analgésicas e as antiinflamatórias, além de fisioterapia e exercícios de condicionamento físico.
Nos casos mais graves ou formas mais avançadas da doença são indicadas as cirurgias. Elas podem ser desde um procedimento de artroscopia para “toalete” articular, usada para casos restritos, até as chamadas cirurgias de correção de eixo, osteotomias, além de cirurgias para a substituição da articulação acometida: artroplastia ou prótese.
Ou seja, no campo de tratamentos, nós estamos diante de avanços gerados pelo desenvolvimento de substâncias que podem proteger a cartilagem por meio da diminuição do atrito e do controle do processo inflamatório articular, como o ácido hialurônico injetável, até o desenvolvimento de próteses customizadas, ou seja, aquelas feitas especialmente para o próprio indivíduo com a doença.
Para o futuro, é possível que a medicina regenerativa entre em cena com tratamentos baseados em terapias de controle da dor e da evolução da doença nos casos leves e nos casos moderados. Nos casos mais graves, a evolução caminha para o uso de próteses customizadas, ou seja, cada vez mais personalizadas e mais adaptadas ao próprio paciente.
* Marcos Cortelazo (CRM: 76316) é médico ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em Medicina e pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia.