Carros Clássicos (Brazil)

EVOLUÇÃO DOS SUPERCARRO­S

Miura e Murciélago fecham a história

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Visto de qualquer ângulo, o primeiro supercarro do mundo é de tirar o fôlego. Mesmo. Mas o melhor ângulo, a altura perfeita para ver suas curvas, é a partir do banco de outra Lamborghin­i. E talvez o melhor lugar para ouvir o supercarro que veio depois dele não seja a partir do banco do motorista, mas de outro carro, com a janela aberta. Assim, conforme o comboio azul e laranja entra em um túnel a caminho do País de Gales, em uma cena que lembra a abertura do filme Uma Saída de Mestre, ambos os pilotos vivem um momento especial.

Dê uma olhada no retrovisor negro bastante alongado do Murciélago e mude para a faixa da direita. Em seguida, faça uma pausa, mantendo a velocidade em 80 km/h, saboreando a visão lateral do Miura, com sua grade em colmeia debaixo da cauda, seu amplo capô liderando o caminho, pneus e rodas que enchem perfeitame­nte os arcos. Nunca houve um carro mais sexy e bonito. Puxe a alavanca de carbono duas vezes com seu dedo indicador, ouvindo o clique do acionament­o eletrônico da caixa de velocidade­s reduzir duas marchas até a segunda e, em seguida, acelere. Um baque parece atingir meu peito, fazendo-me recuar no banco, momentanea­mente atordoado antes de aumentar as rotações para além de 4.800 rpm. Com as comportas abertas, a escuridão do túnel é preenchida com um uivo totalmente selvagem. Conforme a brilhante lataria laranja passa do carro mais velho, em direção à luz, espero que as janelas do Miura estejam abaixadas. Em dias como estes...

Com estes dois carros, temos o amarelo e o violeta do espectro do supercarro, a origem da espécie e o mais recente da raça. O objetivo da viagem de hoje na cordilheir­a Brecon Beacons é tentar chegar ao cerne do que compõe um supercarro. O termo foi aplicado a alguns veículos monstro na década de 1920, e as provas ainda podem ser vistas em anúncios antigos, mas foi o lendário jornalista automobilí­stico L.J.K. Setright que usou o

termo como agora o entendemos, colocando-o de volta em circulação quando ele rotulou o Miura como um supercarro em uma matéria, no final dos anos 1960.

Tudo bem dizer isso, é claro, mas o que de fato entendemos com a palavra? Quais são as qualidades que fizeram Setright diferencia­r e elevar o Miura acima dos outros carros de sua geração? Harry Metcalfe, que é velho o bastante, lembra-se de ter visto um Miura pela primeira vez: “Ele estava parado no acostament­o, um carro verde limão, se não me falha a memória. Era tão largo e baixo poderia muito bem ser um OVNI pairando lá. Era realmente extraordin­ário.”

Marcello Gandini (que na época trabalhava para a Bertone) tinha criado algo além do exótico, e acho que aí temos a primeira coisa em comum entre essas Lamborghin­is: elas parecem de outro mundo. Este Murciélago pode ter uma forma quase familiar agora, e suas portas de tesoura podem traçar suas raízes no nascimento do Countach. Mas ultrapasse

‘O objetivo da viagem de hoje na cordilheir­a Brecon Beacons é tentar chegar ao cerne do que compõe um supercarro’

ou estacione e levante uma porta em direção ao céu e você irá chamar atenção.

A grade traseira em forma de colmeia, e o que parece ser um caminho de água correndo sobre o compartime­nto do motor, ambos prestam homenagem óbvia ao Miura, assim como a pintura Arancia. O Miura era famoso por ser disponível em cores que fariam a maioria dos fabricante­s virar o rosto, mas o Azzuro Cielo deste carro é muito sutil. É uma cor original e possivelme­nte a minha favorita dentre todas. Ela parece brilhante e diferente, mas não se sobrepõe à forma.

O que os designers do Miura não reconhecer­iam é a grande quantidade de fibra de carbono no Murciélago. Mesmo os suportes de apoio da enorme asa traseira de carbono são feitos do material - se é exagero ou não, depende de gosto pessoal, mas como a folha de ouro no compartime­nto do motor da Mclaren F1, há algo perfeitame­nte excessivo aqui.

O segundo ingredient­e essencial de supercarro que o Miura tem é um motor central com muitas cilindrada­s. Mas quase não teve. Quando Giampaolo Dallara, Paolo Stanzani (ambos trazidos da Ferrari, para o deleite de Ferruccio Lamborghin­i) e Bob Wallace (lendário piloto de testes da Nova Zelândia), então em seus vinte e poucos anos de idade, começaram a criar o Miura fora do horário de expediente, ele pensavam em um carro leve e pequeno inspirado em seu amor por automobili­smo. Mas Ferruccio não gostava de corridas (ele achava que a Ferrari era muito obcecada com isso) e, por isso, quando a ideia do P400 foi provisoria­mente apresentad­a, ele insistiu que usassem o agora lendário V12.

Contar a história desse motor é contar a história da Lamborghin­i. Quando Ferruccio se afastou da produção de tratores e unidades de ar-condiciona­do para se concentrar na construção de carros que pudessem superar as máquinas de Enzo, ele sabia que queria utilizar as habilidade­s do engenheiro Giotto Bizzarrini. Já tendo trabalhado no V12 da Alfa e na icônica Ferrari 250 GTO, Bizzarrini era

‘O segundo ingredient­e é um motor central com muitas cilindrada­s’

um talento reconhecid­o. Ele também havia projetado um motor V12 de 1,5 litro para a Fórmula 1 que, a pedido de Lamborghin­i, foi ampliado e refinado como um motor para carro de estrada. Há uma teoria de que o motor foi na verdade criado pela Honda, mas como esta é uma afirmação de Setright (um devoto absoluto da Honda) quase inteiramen­te baseada na posição das portas de admissão, parece improvável.

De qualquer forma, o motor que acabou sendo colocado na primeira Lamborghin­i, a 350 GT, foi um V12 de 3,5 litros com quatro comandos de válvula sobre o cabeçote. O bloco era de alumínio com forros de aço e um ângulo interno de 60 graus foi utilizado para dar equilíbrio perfeito e manter as vibrações ao mínimo. O motor foi ampliado para 3.929 cc por Dallara e estava produzindo 350 bhp no momento em que foi disposto transversa­lmente no meio do chassi do Miura. Incrivelme­nte, a mesma arquitetur­a básica do projeto original de Bizzarrini foi uma constante da Lamborghin­i, equipando o Miura, o Countach, o Diablo e até o SV que estamos dirigindo hoje.

O terceiro e último requisito para entrar no clube dos supercarro­s é o preço. Infelizmen­te, um supercarro deve estar na categoria inatingíve­l dos multimilio­nários ou sortudos ganhadores de loteria. Quando o Miura começou a ser vendido, por cerca de 17 mil dólares, ele custava mais de quatro vezes o preço de um Jaguar E-type e três mil dólares a mais que uma Ferrari Daytona. Por US$ 343 mil, este Murciélago SV parece quase uma pechincha agora.

Então: motor extremo, preço exorbitant­e e visual extraordin­ário. Estes são, penso eu, os ingredient­es essenciais para um supercarro, porque todos os outros elementos, como desempenho, são uma extensão disso. Mas também há algo mais, algo mais subjetivo. E isso tem a ver com conduzi-los. Mas não a condução real, e sim a antecipaçã­o.

Pense na primeira vez que você viu um supercarro. Você provavelme­nte teve o

mesmo sentimento de emoção, respeito e admiração que eu senti quando aquele monstro laranja estava sendo descido do caminhão de transporte na manhã de hoje. É evidente que eu já tive a sorte de dirigir alguns supercarro­s, mas a emoção ainda é sempre temperada por uma sensação um pouco desconfort­ável de que você está prestes a entrar em uma máquina talvez incontrolá­vel. Um supercarro é selvagem, embora precioso, e irá deixá-lo nervoso só de pensar em dirigi-lo. E se você for uma daquelas raras pessoas que têm confiança suprema e não souber do que estou falando, tente dirigir uma Lambo entre duas fileiras de carros estacionad­os no centro de uma cidade, sem visão traseira, mas uma boa noção de que toda a população está em pé ou inclinando-se para fora das janelas para ver se você fará isso sem um arranhão...

Quando saímos de Llareggub (felizmente com todas as camadas de tinta intactas) nos dirigimos para as estradas mais largas de Beacons. Mais largas, não mais suaves, elas revelaram uma profundida­de do LP670 que eu não esperava. Apesar do controle mais firme da suspensão do SV em comparação com o do carro padrão, a pista horrivelme­nte desnivelad­a é absorvida. As rodas de 18 polegadas provavelme­nte ajudaram, mas ainda parece assustador a forma como este carro desliza pelo asfalto em péssimas condições. O SV é diferente do carro padrão de outras maneiras também, com a direção mais pesada, a aderência mais insistente, mas delicada, e o motor tão louco que, como diz John Barker, “acima de 6.000 rpm parece se libertar das amarras e ficar prestes a girar ao infinito.”

Depois de um tempo, paramos para que

Matt Howell registrass­e algumas fotos em seus cartões de memória. Meia hora depois, ele sinaliza que é hora de partirmos e Ian Tandy, o proprietár­io do Miura, pergunta se eu gostaria de dirigir seu carro.

Após uma restauraçã­o que redefine a palavra “meticulosa”, seu carro realmente parece ter saído dos portões de Sant'agata mais recentemen­te que o Murciélago. Na verdade, este SV (um de apenas 150 no total) era de Tony Iommi, do Black Sabbath. O guitarrist­a encomendou o chassi 4814 em 1971, na especifica­ção mais desejável disponível, com ar-condiciona­do e cárter dividido. Desde então, o carro pertenceu, entre outros, a um produtor de batatas escocês (os registros não são claros sobre se ele achava que estava comprando um trator) e aos colecionad­ores Sir Anthony Bamford e Simon Draper. Ele também apareceu na edição de número 50 da revista evo como o carro mais sexy do mundo.

A posição de condução é uma espécie de “tamanho único”, com o motorista tendo de fazer ajustes, em vez do carro. Banco fixo, coluna de direção fixa, caixa de pedal fixa. Meus braços parecem estendidos, enquanto minhas pernas estão amontoadas e quase encostando no volante, com meus joelhos mais perto de meus ouvidos do que seria natural. Não é muito diferente da posição

‘Um supercarro é selvagem, embora precioso, e irá deixá-lo nervoso só de pensar em dirigi-lo’

que você adotaria se, após muitos sorvetes, você pensasse que seria divertido entrar num carrinho de pedal para crianças. A chave simples fica no túnel de transmissã­o e os interrupto­res de luz, ventilação e aqueciment­o ficam no teto perto do espelho retrovisor.

Dessa forma, dar partida no Miura parece um pouco como fazer um avião decolar. O fato do acelerador precisar ser bombeado vigorosame­nte enquanto você gira a chave e espera bastante até o motor pegar aumenta ainda mais a sensação. O freio de mão é duvidoso, a primeira marcha não engata e nós estamos em uma subida, mas com meu coração batendo bem mais rápido que o motor, nós

milagrosam­ente conseguimo­s sair do lugar.

Não há como apressar a caixa de velocidade­s e ela precisa de uma mão leve, mas firme, parecendo delicada por causa da alavanca que lembra uma varinha de condão, mas robusta por causa das partes mecânicas abaixo. Você desengata a marcha, sente a leveza do ponto morto e a empurra com pressão suave até a próxima marcha. O pedal do acelerador é mais do que duro. Como John diz, “abrir 12 borboletas do acelerador com um cabo que gira e torce do pedal do acelerador até algum lugar atrás de você não dará um controle preciso”. Mesmo assim, é difícil recalibrar uma mente acostumada com mudanças eletrônica­s ou mesmo pedais de aceleração mais recentes. Se você pisasse no acelerador do Murciélago com a força que é necessária no Miura, provavelme­nte iria quebrar o pescoço.

John esta à frente no Murciélago e dando seta para a direita. Encontramo­s um pouco de trânsito e ele dá uma parada. Freie. Ai, meu Deus, onde fica o pedal de freio? Quero dizer, literalmen­te, onde está ele? Meu pé atingiu o ar quando achava que encontrari­a um pedal do meio e agora a minha distância de frenagem está encolhendo tão rapidament­e quanto meu pânico está aumentando. Vamos! Vamos! Volte ao acelerador. Cadê ele? Aqui está! E os freios, na verdade, também estão lá, graças a Deus. Depois de evitar um desastre impensável de milhões de dólares, nos encaminham­os para um campo mais aberto e, gradualmen­te, eu começo a relaxar. Terceira e quarta marchas são tudo o que você precisa aqui, e há muito torque. O passeio deixa você confiante, com o Miura bem estável nos buracos e lombadas, os pneus Avon 275/55 R15 (eles não fazem mais os originais Cinturatos da Pirelli) rodando suavemente debaixo de você. Embora na realidade não haja nada na frente, ainda é uma surpresa que a direção seja relativame­nte leve dado o peso dos outros controles. Ela é muito comunicati­va, com o volante sem assistênci­a pesando e ficando leve em suas mãos conforme você guia o nariz com precisão em um curva dosando a quantidade de aceleração até

‘Contar a história do motor V12, na verdade, é contar a história da Lamborghin­i’

você usar a potência para pegar a próxima reta. Pequenas explosões crepitam do escape conforme eu desacelero para me distanciar de uma ovelha desgarrada. Uma olhada no espelho retrovisor (não há espelhos nas asas) é como ver a paisagem galesa através de uma persiana. As ovelhas tornaram-se zebras.

Mais alguns quilômetro­s. Nós encostamos e eu começo a respirar novamente (enquanto piso no acelerador para manter o motor funcionand­o). É um privilégio absoluto e uma emoção ser autorizado a conduzir um Miura SV, em especial um exemplar tão impecável como este.

Olhe para o Miura e dirija o LP670. Na verdade, embora alguns possam ter uma visão nostálgica e afirmar que os carros eram melhores quando totalmente mecânicos, os supercarro­s do século 21 são capazes de proporcion­ar uma dirigibili­dade que a geração mais velha não consegue. Muitos supercarro­s da velha geração tinham números extraordin­ários e podem até ter tido um desempenho igualável à sua aparência. Mas as chances de realmente chegar perto dos limites e números que agarrassem a sua atenção (e fizessem você desejar o carro) eram minúsculas a menos que você tivesse ameixas do tamanho de melões e a habilidade de Ricardo Patrese. Agora, graças a pneus e tecnologia de suspensão, modelagem aerodinâmi­ca, fibra de carbono e, provavelme­nte, mais do que tudo, o microproce­ssador (há 40 anos, um megabyte custava cerca de US$ 1 milhão; hoje custa centavos de dólar), os supercarro­s são mais emocionant­es e dirigíveis que nunca.

Eu gostaria de dirigir um dos primeiros Diablo por esta montanha de galesa? Sim. Claro que sim. Mas será que eu poderia, ou conseguiri­a, pilotá-lo implacavel­mente, curva após curva, forçando os limites da aderência da maneira como acabei de fazer no LP670? Não. Não pense que dirigir um Murciélago é tão simples quanto dirigir um Mondeo, porque não é. Você sente sua concentraç­ão aumentar cada vez que senta no banco e vira a chave. As forças que ele exerce sobre

‘Minhas pernas estão amontoadas e quase encostando no volante’

‘Pequenas explosões crepitam do escape conforme eu desacelero’

você em aceleração, ou quando você pisa nos enormes freios de carbono ou quando você se inclina sobre os pneus Pirelli P Zero Corsa são enormes e intimidant­es. Manter seu pé no acelerador em uma estrada do vale enquanto você faz cada mudança de marcha no limite e vê o asfalto estreitar no para-brisa conforme a velocidade aumenta deve ser uma experiênci­a inesquecív­el em um supercarro. Mas eu gosto do fato de que ele ainda parece plantado a 273 km/h, e não assustador e fatal.

E nas curvas isso é ainda mais perceptíve­l. Na entrada, você pode frear tão tarde que não tem peso no cinto de segurança. Vire e você pode ajustar o equilíbrio através da curva. Como ele faz curvas de maneira mais plana e há mais aderência, o nariz do LP670 realmente empurra mais do que o do LP640. Como resultado, você precisa jogar com sensibilid­ade com o acelerador e a direção em uma curva longa, inclinando-se para a força g lateral invisível, mas sentindo as flutuações de carga conforme você ajusta suas

entradas nas curvas.

As colisões são absorvidas e enviadas para a suspensão do SV de uma maneira que você pode compensar. Você não pisa no acelerador no início da curva porque os grandes pneus traseiros irão empurrar o nariz ainda mais, então você espera até passar do ápice, e depois você começa a endireitar a roda e acelerar, usando a tração nas quatro rodas tendendo para a traseira para aproveitar o torque. Você não pode ligar o ESP no modo Corsa e tomar liberdades - ainda há um enorme V12 pendurado atrás de você. Mas, mesmo na estrada, você aproveita a dirigibili­dade do Murciélago.

Por fim, tiramos Matt Howell do Miura e, conforme a noite cai, damos adeus a Ian Tandy, dando uma última olhada naquela linda pintura azul, e seguimos para casa, parando apenas para abastecer o LP670-4 para o grande dia de amanhã.

‘Você sente sua concentraç­ão aumentar cada vez que senta e vira a chave’

A pista para Millbrook está ligeiramen­te úmida quando chegamos e, embora manchas secas apareçam, as condições estão longe do ideal. E ainda assim o SV é impression­ante. É um dos carros mais divertidos que eu já dirigi. Em parte porque parece feliz atingindo a velocidade máxima vez após vez, e em parte por causa da maneira dramática como ele sai da linha. Para lançá-lo você precisa ter o modo Corsa ligado e o sistema de controle de tração desligado. Então você simplesmen­te engata a primeira e pisa no acelerador.

Neste ponto, o carro percebe o que está acontecend­o, seleciona rotações adequadas e libera a embreagem. Todas as quatro rodas giram, o carro se encaixa lateralmen­te fora da linha, você aplica metade de uma volta de bloqueio, alivia as rotações mantendo as rodas girando até a primeira marcha e, em seguida, cronometra o momento de acionar a alavanca do lado direito pouco antes atingir o limitador em 8.000 rpm (sem mudança automática). A partir de então é fácil: basta ver o conta-giros, continuar subindo as marchas e bingo!

O Miura fez de 0 a 100 km/h em seis

segundos no início de 1970. Depois de umas duas corridas em 3,4 segundos no Murciélago, conseguimo­s mais umas duas de 3,2 segundos. Tenho certeza que não preciso dizer, mas é tão rápido quanto uma Mclaren F1. De fato, a Lamborghin­i fica apenas um segundo atrás da Mclaren em 160 km/h, ainda que esteja transporta­ndo 500 kg mais. Simplesmen­te fenomenal.

Na volta, o SV foi como o Murciélago padrão, só que mais. Houve subviragem, particular­mente nas curvas Palmer, nas quais precisei tirar um pouco o pé do acelerador na entrada, mas a traseira ficou absolutame­nte presa, exceto na saída da Bank. O homem com o nome mais rápido de todos os tempos, Max Venturi (piloto de testes da Lamborghin­i) não ficou surpreso que o SV fosse quase quatro segundos mais rápido que o carro padrão, mas a volta de 1:21,3 é ainda mais impression­ante quando você considera que os únicos carros à frente dele são o Gumpert Apollo (na verdade um carro de corridas) e os superleves.

‘Os únicos carros à frente do SV são o Gumpert Apollo e os superleves’

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 ??  ?? Acima: a grade de colmeia na cauda do Miura SV é reproduzid­a na traseira do Murciélago LP670-4 visto aqui (abaixo) chegando para nosso encontro de gerações
Acima: a grade de colmeia na cauda do Miura SV é reproduzid­a na traseira do Murciélago LP670-4 visto aqui (abaixo) chegando para nosso encontro de gerações
 ??  ?? Direita: o Murciélago com carroceria de fibra de carbono, material que apenas começava a ser usado no final dos anos 1960. A do Miura é de alumínio, com um dos designs mais bonitos já concebidos
Direita: o Murciélago com carroceria de fibra de carbono, material que apenas começava a ser usado no final dos anos 1960. A do Miura é de alumínio, com um dos designs mais bonitos já concebidos
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 ??  ?? O Miura foi um milagre da engenharia, conseguind­o abrigar um V12 de 4 litros transversa­lmente, com motor e engrenagen­s em uma única peça. Aqui, o P400 SV com 380 bhp de potência
O Miura foi um milagre da engenharia, conseguind­o abrigar um V12 de 4 litros transversa­lmente, com motor e engrenagen­s em uma única peça. Aqui, o P400 SV com 380 bhp de potência
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 ??  ?? Cabin is as dark as ever, but remains well thought out and well built. Dials are now backlit in white, not blue. Touchscree­n satnav pictured here is an option. DSG (not fitted to this car) is also on the options list
Cabin is as dark as ever, but remains well thought out and well built. Dials are now backlit in white, not blue. Touchscree­n satnav pictured here is an option. DSG (not fitted to this car) is also on the options list
 ??  ?? O painel do Miura parece o de um avião dos anos 1960 e bate o do Murciélago em charme e ergonomia
O painel do Miura parece o de um avião dos anos 1960 e bate o do Murciélago em charme e ergonomia
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 ??  ?? O V12 no LP6704 tem raízes na arquitetur­a do Miura. Mas ele foi elevado a 6,5 litros com potência máxima chegando a 661 bhp
O V12 no LP6704 tem raízes na arquitetur­a do Miura. Mas ele foi elevado a 6,5 litros com potência máxima chegando a 661 bhp
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 ??  ?? A beleza do Miura continua no interior, mas ele se beneficiar­ia de um volante ajustável. E também de bancos ajustáveis. A posição de pilotagem é complicada, principalm­ente para pessoas altas
A beleza do Miura continua no interior, mas ele se beneficiar­ia de um volante ajustável. E também de bancos ajustáveis. A posição de pilotagem é complicada, principalm­ente para pessoas altas
 ??  ?? Acima: o perfil mostra a genialidad­e do projeto de Gandini. O Miura SV roda bem nessas estradas, com o volante altamente comunicati­vo, mas é superado em linha reta e velocidade nas curvas
Acima: o perfil mostra a genialidad­e do projeto de Gandini. O Miura SV roda bem nessas estradas, com o volante altamente comunicati­vo, mas é superado em linha reta e velocidade nas curvas
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 ??  ?? Acima: o Miura utiliza rodas de liga com pneus traseiros 275/55 Avon (originalme­nte Pirelli). As rodas do Murciélago têm pneus Pirelli P Zero Corsa
Acima: o Miura utiliza rodas de liga com pneus traseiros 275/55 Avon (originalme­nte Pirelli). As rodas do Murciélago têm pneus Pirelli P Zero Corsa
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 ??  ?? Os bancos do Murciélago SV são adequados, mas parece que poderiam se beneficiar de maior suporte lateral, o que talvez tenha a ver com as enormes forças nas curvas
Os bancos do Murciélago SV são adequados, mas parece que poderiam se beneficiar de maior suporte lateral, o que talvez tenha a ver com as enormes forças nas curvas
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 ??  ?? Agradecime­ntos ao proprietár­io do Miura Ian Tandy, por ter nos deixado dirigir e fotografar seu carro, e a Simon Kidston (www. kidston.com) por ter nos colocado em contato com ele
Agradecime­ntos ao proprietár­io do Miura Ian Tandy, por ter nos deixado dirigir e fotografar seu carro, e a Simon Kidston (www. kidston.com) por ter nos colocado em contato com ele
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 ??  ?? O LP670-4 é quase quatro segundos mais rápido no Circuito Oeste que o Murciélago LP640 “comum”. Ele acelera muito mais e, portanto, atinge picos de velocidade maiores nas retas, mas ele também gera maior aderência lateral, o que pode ser percebido em curvas mais lentas como a Hangar, em U.
O LP670-4 é quase quatro segundos mais rápido no Circuito Oeste que o Murciélago LP640 “comum”. Ele acelera muito mais e, portanto, atinge picos de velocidade maiores nas retas, mas ele também gera maior aderência lateral, o que pode ser percebido em curvas mais lentas como a Hangar, em U.
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 ??  ?? Esquerda: O LP670-4 passa no teste de ruído de Bedford e recebe o equipament­o de monitoraçã­o de velocidade para ser posto à prova no Circuito Oeste
Esquerda: O LP670-4 passa no teste de ruído de Bedford e recebe o equipament­o de monitoraçã­o de velocidade para ser posto à prova no Circuito Oeste
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